O Centro Natália Correia, na Fajã de Baixo, vai receber a 5 de maio, às 21h00, um evento internacional sobre o Espaço.
Trata-se do “In search of the uncertain – PROJETO ISU”, que será apresentado pelo astrofísico Professor Doutor Pedro Machado e cujo objetivo é abordar “Os exo planetas e o atual estado da exploração espacial”.
Neste evento, que decorre numa parceria entre a Câmara Municipal de Ponta Delgada, o Clube Geocaching da Escola Secundária Lagoa, serão apresentadas a Missão Espacial ARIEL aprovada pela Agência Espacial Europeia e a Missão europeia EnVision que estudará Vénus e será lançada na década de 2030.
A Missão Espacial ARIEL, aprovada pela Agência Espacial Europeia, é a primeira dedicada ao estudo da natureza, formação e evolução de exoplanetas.
Trata-se da primeira missão da Agência Espacial Europeia (ESA) dedicada à medição da composição química e das propriedades térmicas da atmosfera de cerca de mil exoplanetas gasosos e rochosos, desde os extremamente quentes até aos temperados. Para isso, irá observar trânsitos ou ocultações, e recorrendo a uma técnica chamada de espectroscopia, irá medir as “impressões digitais” dos gases que compõem as atmosferas exoplanetárias. Estes dados permitirão estabelecer ligações entre composição química, formação e evolução dos planetas e o ambiente nos quais estes se formaram.
“A contribuição portuguesa nesta missão em termos de ciência é bastante forte e interessante”, diz Pedro Mota Machado (IA & Ciências ULisboa), representante nacional da missão ARIEL.
A missão ARIEL, que terá uma duração inicial de quatro anos, está planeada para ser lançada em 2029, a bordo de um Ariane 6, o novo foguetão da ESA, a partir da Base Espacial Europeia em Kourou, na Guiana Francesa. Esta é uma das peças chave na estratégia da equipa do IA, que inclui ainda, a longo prazo, uma relevante participação científica e tecnológica no telescópio espacial PLATO (ESA) e no espectrógrafo HIRES, para o ELT (ESO), o maior telescópio da próxima geração.
Quanto à missão europeia EnVision, estudará Vénus e deverá ser lançada no início da década de 2030. A nave deverá levar 15 meses para chegar ao planeta e outros 16 para entrar em órbita.
Prevê-se que a EnVision realize uma órbita de 92 minutos em torno de Vénus, numa altitude entre 220 km e 540 km. Para descobrir mais sobre sua evolução, se Vénus é geologicamente ativo, se já teve oceanos líquidos e até o que sua situação atual nos diz sobre o destino da Terra, entre outros objetivos, a EnVision terá diversos instrumentos a bordo.
Um deles é um sonar, que revelará as camadas do subsolo, junto de espectrómetros que vão estudar a atmosfera e superfície em busca de mudanças que, talvez, tenham relação com atividade vulcânica. Haverá também um radar fornecido pela NASA que produzirá imagens da superfície do planeta.
Por fim, um equipamento de radiociência examinará a estrutura interna do planeta e seu campo gravitacional, investigando também a estrutura e composição da atmosfera. Estes instrumentos vão trabalhar juntos para caracterizar as interações do interior do planeta à superfície e sua atmosfera, fornecendo uma visão geral de Vénus e dos processos que ocorrem por lá.
As duas missões têm como base consórcios internacionais e são promovidos pela Agência Espacial Europeia.