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Carlos Ferreira e Luís Garcia querem saber se as altas temperaturas registadas na sala do bloco operatório e outras áreas do Hospital da Horta, no Faial, devido ao deficiente sistema de refrigeração, tiveram ou estão a ter consequências na saúde dos utentes, para além do cancelamento e o adiamento das cirurgias programadas.

Num requerimento ao Governo regional entregue hoje no parlamento açoriano, os deputados do PSD/Açores eleitos pelo Faial sustentam que “estão por clarificar as eventuais infeções e outras complicações para os doentes, após as cirurgias, que possam estar associadas às altas temperaturas naquele hospital”.

“É sabido que as temperaturas elevadas constituem um fator de risco acrescido para a atividade hospitalar agravando o risco de infeção, especialmente no decurso e no período após os atos cirúrgicos”, reforça Luís Garcia.

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Segundo o deputado, “este é um assunto que merece e tem de ser esclarecido”, razão pela qual, no requerimento, é solicitado ao Governo “o número de casos e o tipo de consequências para os utentes” da exposição às altas temperaturas, bem como a “data em que a Administração do Hospital da Horta comunicou ao executivo a necessidade de substituir o equipamento” de arrefecimento do ar.

Luís Garcia frisa que “deixar arrastar este problema ao longo de tanto tempo é, para além de inaceitável, uma irresponsabilidade”, já que, defende, “se há área em que não se pode deixar que as coisas funcionem com esta imprevisibilidade e insegurança é a área da saúde, especialmente num bloco operatório”.

Os parlamentares social-democratas açorianos lembram que a suspensão de cirurgias programadas no Hospital da Horta devido a problemas no equipamento de arrefecimento do ar, que se acentuam sempre que a temperatura ambiente sobe, “já se arrasta, pelo menos, desde o verão de 2015”.

Nesse verão, explica Luís Garcia, os deputados do PSD/Açores eleitos pelo Faial questionaram o Governo sobre a avaria do equipamento de arrefecimento do bloco operatório, tendo o executivo açoriano, na resposta, em setembro, garantido que o equipamento estava “reparado e em pleno funcionamento”.

Certo é que, depois de ao longo do ano passado terem sido dados muitos alertas para a necessidade de substituir com urgência aquele equipamento, em junho de 2018 voltaram a ser canceladas cirurgias programadas devido a um novo problema com o equipamento que devia assegurar a refrigeração do hospital.

Na sequência desses cancelamentos, Carlos Ferreira e Luís Garcia questionaram o Governo, tendo a Secretaria Regional da Saúde, na resposta, pela imprensa, esclarecido que “a substituição do equipamento de refrigeração do ar está prevista na empreitada que se vai realizar no Hospital da Horta”.

A tutela dizia que “para ultrapassar imediatamente o problema a administração do Hospital já decidiu proceder à instalação de equipamentos portáteis de ar condicionado no bloco operatório e posteriormente vai instalar também um equipamento de refrigeração provisório até que as obras fiquem concluídas”.

A mesma fonte garantia que “esta questão deve ficar resolvida ainda durante a presente semana”, conforme pode ler-se no Jornal Incentivo de 25 de junho.

“Estávamos em junho e agora percebemos que nada disso foi ainda feito e que o problema persiste, condicionando o normal funcionamento do hospital, o desempenho profissional dos seus trabalhadores e especialmente prejudicando os doentes”, concluem dos deputados do PSD/Açores eleitos pelo Faial.

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