A Câmara Municipal de São Roque do Pico, nos Açores, vai privilegiar este ano os investimentos na infraestruturação da zona industrial do concelho e na reabilitação da rede de abastecimento de água, projetos candidatados a fundos comunitários.

As propostas de Plano e Orçamento da Câmara Municipal de São Roque do Pico, já aprovados por maioria em Assembleia Municipal, rondam os 6,8 milhões de euros, com cerca de metade destinado ao investimento, embora esse valor possa duplicar com a inclusão do “saldo de gerência” de 2023 relativo a candidaturas a fundos comunitários ainda não realizadas.

“Estes investimentos na rede de água são estritamente necessários e temos de os fazer porque temos vindo a registar um aumento de consumo”, justificou o presidente do município, Luís Filipe Silva (PSD), durante a apresentação das propostas de Plano e Orçamento para 2024, em reunião da Assembleia Municipal.

Segundo explicou, a rede de abastecimento de água em que a autarquia pretende intervir já tem “mais de 40 anos” e é composta por condutas que já apresentam “algumas deficiências”, originando perdas de significativas quantidades de água.

Além da substituição da rede de abastecimento de água, o município de São Roque do Pico (um dos três concelhos da ilha), pretende também construir novos furos de captação de água e respetivos reservatórios, projeto que já foi submetido a comparticipação comunitária, bem como a infraestruturação da zona industrial de Santo António.

Luís Filipe Silva lembrou que os documentos previsionais para 2024 incluem ainda pequenas intervenções, em várias freguesias do concelho, em estradas, parques de estacionamento e muros, além do arranque da obra da frente marítima do Cais do Pico (centro da vila de São Roque), que será cofinanciada pelo Governo Regional.

O Plano e Orçamento da Câmara de São Roque do Pico foram aprovados apenas com os votos favoráveis dos deputados municipais do PSD, merecendo a abstenção da maioria dos autarcas do PS, que estão na oposição.

“As propostas do executivo municipal são diferentes das que o PS apresentaria e, por isso, não podemos votar favoravelmente”, justificou Fernando Andrade, líder da bancada socialista na Assembleia Municipal, acrescentando que a abstenção do PS significa também que os socialistas não se reveem nos documentos submetidos a votação.

Mais crítico do atual executivo social-democrata, Emanuel Veríssimo, deputado municipal do PS, votou sozinho contra o Plano e Orçamento, argumentando que documentos não preveem “projetos, medidas e ações mobilizadoras” que sejam capazes de “tirarem o concelho de São Roque, do marasmo” em que se encontra.

 

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