Março de 2024 marca o início das comemorações do 75.º Aniversário do Museu de Angra do Heroísmo com a promoção de um conjunto de atividades que assinalam a data de criação oficial do Museu de Angra do Heroísmo, a 30 de março de 1949.

Como tal, o Museu inaugura, a 30 de março, a partir das 15h00, na Sala do Capítulo, a exposição 75 Anos, 75 Doações, pois foram, sobretudo, as doações que, ao longo de 75 anos, possibilitaram ao Museu de Angra do Heroísmo o enriquecimento do seu espólio e, ao mesmo tempo, o estreitamento dos laços com a(s) comunidade(s), passando a assumir-se e a ser assumido como um garante de memórias e, consequentemente, de histórias. Pretende-se assim, através da diversidade de 75 peças, todas elas doadas, evocar ambientes, espaços e vivências – umas mais recuadas, outras bem mais próximas – e, a todos os intervenientes, prestar justa homenagem.

Neste mesmo dia, a par da inauguração da exposição 75 Anos, 75 Doações, decorrerá o lançamento de um bilhete-postal, selo e carimbo comemorativo, em colaboração com o Núcleo Filatélico de Angra do Heroísmo e a Associação de Amigos do Museu de Angra do Heroísmo (AAMAH), além de uma garrafa comemorativa, também promovida pela AAMAH; o dia finda com a inauguração de uma galeria de retratos dos antigos diretores desta instituição.

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O Museu de Angra do Heroísmo (MAH) é um espaço museológico de síntese, com um acervo rico e variado, onde se procura refletir, ao mesmo tempo, uma história com os seus factos e movimentos políticos, sociais e económicos, marcados pelo domínio do Atlântico, e uma cultura nas suas múltiplas formas e significados gerados e moldados por uma existência insular.

Criado oficialmente a 30 de Março de 1949, sob a égide da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo, o Museu de Angra teve como primeiro diretor Manuel Coelho Baptista de Lima, que orientou os seus destinos ao longo de três décadas. Teve como primeiras instalações definitivas o Palácio Bettencourt, que partilhou com o Arquivo Distrital de Angra, entre 1951 e 1969, ano em que foi transferido para o atual edifício, o Convento de São Francisco.

Este edifício foi seriamente danificado pelo sismo de 1 de Janeiro de 1980, deixando-o em difíceis condições de segurança. Mantêm-se ainda algumas salas do piso inferior abertas ao público até as obras de consolidação, restauro e adaptação serem iniciadas, em 1991. A inauguração ocorre em novembro de 1997, mas a reabertura total só se realiza em setembro de 2000, com a finalização da exposição de longa duração Do Mar e da Terra… uma história no Atlântico.

Tendo como edifício-sede o antigo Convento de São Francisco, hoje, o Museu de Angra do Heroísmo é uma instituição polinucleada, onde se integram o Núcleo de História Militar Manuel Coelho Baptista de Lima e a Carmina – Galeria de Arte Contemporânea Dimas Simas Lopes.

Patente no Edifício de São Francisco, a exposição Do Mar e da Terra… Uma História no Atlântico constitui a principal narrativa expositiva desta instituição e desenvolve-se ao longo de quatro momentos, que vão desde a descoberta e povoamento das ilhas até à contemporaneidade da Região, pretendendo aprofundar a cultura e história da Ilha Terceira e dos Açores através das peças mais significativas e de maior valor museológico.

O Núcleo de História Militar Manuel Coelho Baptista de Lima, instalado no antigo Hospital Militar da Boa Nova, faz com que o Museu de Angra do Heroísmo seja o único museu civil português subordinado a esta temática. A sua coleção é trazida ao público através de três exposições de longa duração que, a par de uma explanação da evolução e funcionalidade das armas e de um convite à reflexão sobre as grandes questões éticas, morais e sociais inerentes aos conflitos bélicos, documentam a personalidade e vivências pessoais do patrono, a história do próprio edifício e uma visão de futuro nesta temática. A Fortaleza de São João Baptista do Monte Brasil pode ser visitada e os seus mais de quatrocentos anos de história revividos através das narrativas de guias do MAH, cujo percurso se inicia neste Núcleo de História Militar.

A Carmina – Galeria de Arte Contemporânea Dimas Simas Lopes, localizada a 7 km de Angra do Heroísmo, complementada com duas salas de exposições temporárias no edifício-sede, constitui o Núcleo de Arte Contemporânea do MAH. Este núcleo promove exposições temporárias, debates, relações entre diferentes expressões artísticas (música e artes performativas), dando visibilidade a uma reserva relevante nesta área, permitindo ser ponte e alavanca entre criações, gerações e espaços tal como Angra o foi no passado para a circulação marítima e aérea.

Grande parte das atividades desenvolvidas pelo MAH depende do aproveitamento de sinergias disponíveis localmente, o que torna o Museu um ponto de confluência do pulsar cultural terceirense, dado ser entendido como um parceiro credível face às múltiplas competências das equipas que possui e à pluralidade de espaços de que dispõe.

O programa cultural estabelecido conta com a colaboração de voluntários e do estabelecimento de protocolos com entidades públicas e privadas locais, nacionais e internacionais. A este nível destacam-se, por exemplo, a residência do organista Gustaaf van Manen, que assegura a realização de saraus musicais de música barroca para cravo e órgão, tirando partido da sonoridade única do órgão histórico existente na Igreja Nossa Senhora da Guia ou, ainda, a parceria internacional que assegura, anualmente, a realização da Minimaratona de Leitura de Moby Dick, em Língua Portuguesa, em simultâneo com o New Bedford Whaling Museum ou com a Biblioteca Nacional de Cabo Verde, entre outros parceiros locais/nacionais.

Ao longo do seu percurso, o Museu de Angra do Heroísmo tem sido distinguido com vários Prémios da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), a saber: em 2013, Prémio na categoria de “Serviço de Extensão Cultural”; em 2014, Menção Honrosa na categoria “Trabalho Jornalístico”; em 2015, Prémio na categoria de “Sítio da Internet”; em 2017, Prémio na categoria “Coleção Visitável”; em 2018, Menção Honrosa na categoria “Comunicação Online”; em 2019, Prémio na categoria “Projeto de Educação e Mediação Cultural” e Prémio na categoria “Intervenção em Conservação e Restauro”; em 2020, Prémio na categoria “Incorporação” e Menção Honrosa na categoria “Parceria”; em 2021, Prémio na categoria “Incorporação” e Prémio na categoria “Intervenção em Conservação e Restauro”; e, em 2022, Menção Honrosa na categoria “Incorporação”.

Como “Casa das Musas”, o Museu de Angra do Heroísmo é um lugar de informação e de formação, de memória e de inspiração. Define-se como um espaço de encontro de memórias coletivas, mas, sobretudo, como um espaço de confluência de expressões culturais, quer sejam antigas, tradicionais ou contemporâneas, constituindo-se como um centro de recolha, estudo, tratamento, conservação e divulgação, onde as pessoas podem aprender, recrear-se, recordar e usufruir, mas também questionar, confrontar e inquirir os caminhos do futuro e da novidade.

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