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O BE/Açores entregou hoje no parlamento regional uma proposta para que o Cine-Teatro Miramar, em Rabo de Peixe, não seja alienado do património da região, alegando que a eventual venda “será um duro golpe” para a vila piscatória.

“A concretização da venda do Cineteatro Miramar será um duro golpe para a vila de Rabo de Peixe e um ataque ao seu desenvolvimento social e cultural”, lê-se na proposta do Bloco, enviada às redações, a propósito de uma alegada intenção de venda do espaço que está a ser ponderada pelo Teatro Micaelense, entidade que gere aquela estrutura.

A proposta do BE foi “apresentada com pedido de urgência para que possa ser debatida e votada no plenário que decorre na próxima semana na cidade da Horta”, revela o partido.

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O BE pretende que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) que “dê instruções ao conselho de administração do Teatro Micaelense, entidade pública empresarial tutelada pela secretaria regional da Educação e dos Assuntos Culturais, para assegurar que a infraestrutura não será alvo de uma alienação” e que a sua “gestão e propriedade se mantêm públicas, garantindo que continuará a prestar um serviço público de promoção da Cultura”, explica.

O partido lembra que o espaço cultural multiúsos, situado no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, é gerido pelo Teatro Micaelense desde 2005, ano em que reabriu ao público depois de obras de recuperação financiadas por fundos EFTA.

“Mas, recentemente ficou a saber-se que um dos pontos da agenda da próxima assembleia-geral do Teatro Micaelense é autorizar a abertura de procedimento de hasta pública para a venda do Cine-Teatro Miramar”, aponta o Bloco.

O Bloco considera que a venda será “um grande erro” e defende que “é fundamental garantir que aquele espaço continua a ser uma infraestrutura pública, ao serviço da Cultura em Rabo de Peixe”, salientando a polivalência do Cine-Teatro e a sua importância a nível recreativo e socioeducativo para a vila piscatória.

Além de um auditório com capacidade para 120 pessoas, com condições para acolher diversos espetáculos de palco e a projeção de filmes, no edifício do Cineteatro Miramar existe também uma biblioteca e ludoteca, e é também este espaço que acolhe a Escola de Música de Rabo de Peixe, assinala o partido.

Várias personalidades e entidades sociais e culturais, incluindo a Junta de Freguesia de Rabo de Peixe, têm manifestado a sua oposição à eventual alienação do Cine-Teatro Miramar.

Também foi lançada uma petição pública, que conta com mais de 700 assinaturas, contra a possível venda, em hasta pública, do imóvel, “adquirido com dinheiro da região e remodelado com verbas comunitárias”.

“Não concordamos com essa decisão que nos parece ter sido tomada de ânimo leve”, lê-se na petição destinada ao presidente do parlamento açoriano, sublinhando que o equipamento “tem prestado relevantes serviços à comunidade em que se insere bem como a toda a região, na qual escasseiam as salas de média dimensão destinadas às artes performativas”.

“Além disso o edifício serve de sede à Escola de Música de Rabo de Peixe que tem constituído um pilar na luta contra a situação social da vila, desenvolvendo ao mesmo tempo o gosto pela música em crianças e jovens”, destaca ainda a petição.

A agência Lusa tentou uma reação junto da secretaria regional da Educação, mas não foi possível até ao momento.

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