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O presidente do Governo dos Açores afirmou hoje juntar-se às criticas em relação aos aumentos das tarifas elétricas, garantindo que o executivo continua “a trabalhar para que haja uma revisão dos preços”, impostos pela entidade reguladora.

“Eu também me junto à critica do aumento da tarifa energética que, naturalmente, não foi uma indicação do Governo, nem sequer da elétrica dos Açores (EDA), é uma imposição da entidade reguladora”, afirmou José Manuel Bolieiro, em declarações aos jornalistas, após uma visita à conserveira Cofaco, localizada na vila de Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.

Esta semana os empresários alertaram para os impactos “significativos” na atividade das empresas resultantes do aumento dos custos da energia, lamentando que a nível regional “ainda não tenham sido adotadas” medidas mitigadoras.

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Questionado sobre as preocupações dos empresários, José Manuel Bolieiro sustentou que o executivo regional, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, continua “a contestar e a trabalhar para que haja uma revisão destes preços”.

“Apoios específicos para o aumento da energia, neste momento, o Governo não tem. Estamos a fazer por estas outras vias indiretas e a acompanhar aquela que vai ser a decisão da ERSE [Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos] quanto ao próximo futuro”, sublinhou.

O presidente do Governo dos Açores assinalou a existência nos Açores do programa SOLENERGE, de apoio para instalação de painéis fotovoltaicos, e que também constitui “uma oportunidade” para diminuir os custos de fatores de produção.

Bolieiro recordou que enviou, no início deste ano, “em associação com o presidente do Governo da Madeira”, uma carta ao primeiro-ministro e ao ministro da Economia para atuação quanto aos “aumentos exorbitantes” dos preços da eletricidade, especialmente no que diz respeito à “baixa e média tensão”.

“Esta governação nunca foi reativa em matéria de controlo dos movimentos inflacionistas ou da tendência dos aumentos dos fatores de produção. Fomos sempre preventivos e interventivos e por isso já estamos a trabalhar”, reforçou.

O chefe do executivo referia-se, ainda, ao Mecanismo de Apoio ao Incremento dos Salários (MAIS), que atribui 174 euros por trabalhador, em caso de aumento do salário mínimo ou médio.

O presidente do Governo dos Açores vincou que aquela “solução do incremento salarial” também tem em vista “desonerar custos” e colocar “liquidez na economia” quanto ao impacto do sobrecusto da fatura energética.

“Estamos a dar aqui um apoio público para estimular este percurso de produtividade, melhoria de rendimentos, num momento de esforço dos empregadores face ao sobrecusto dos fatores de produção, sejam eles energéticos ou outros”, disse.

Bolieiro referiu que a conserveira é também “uma empresa que se pode candidatar” ao MAIS, acrescentando que, “a partir da meia-noite”, as empresas açorianas podem candidatar-se, via plataforma disponível na internet.

A conserveira Cofaco, em São Miguel, conta com 256 trabalhadores, das quais 80% são mulheres, e estão em greve às horas extraordinárias dois dias por semana, em luta pela progressão nas carreiras até 28 de abril, às segundas e sextas-feiras.

Questionado sobre as reivindicações salariais das funcionárias da Cofaco, o presidente do Governo Regional disse ter notado “uma paz social na fábrica e um índice de produtividade”.

“Pela parte da política pública regional estamos a dar mecanismo para incremento salarial, outras negociações são feitas no quadro da concertação social e o meu estímulo é que haja com a paz social um diálogo”, sustentou.

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