A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, afirmou na sexta-feira que a sustentabilidade tem um papel central na nova versão do Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores (PEMTA), e, sobretudo, “no desenvolvimento de toda a cadeia de valor do setor”.

Berta Cabral, que falava em Ponta Delgada, no encontro do Conselho Consultivo para a Sustentabilidade do Destino Turístico Açores, a que presidiu, disse que “a sustentabilidade é o pilar central do desenvolvimento turístico, no qual assentam quatro objetivos estratégicos fundamentais: consolidar internacionalmente os Açores enquanto destino turístico sustentável; reduzir a sazonalidade e distribuir os fluxos turísticos; elevar os padrões de qualidade e gerar mais valor; alavancar a notoriedade junto do consumidor final”.

“Este plano, construído através de um processo de participação bastante alargado, consubstancia a nossa visão para o turismo nos próximos anos, onde a premissa fundamental assenta em ter turismo todo o ano em todas as ilhas”, adiantou.

Por outro lado, a governante recordou que os Açores são a primeira região arquipelágica no mundo com a certificação de “Destino Turístico Sustentável”, tendo garantido, este ano, o Nível III de Prata e prosseguindo o trabalho com vista a alcançar, em 2024, o Nível Ouro.

“Atualmente, estamos certificados com Nível III Prata e almejamos conquistar o Nível IV ainda este ano, após a auditoria pela entidade certificadora EarthCheck, prevista para outubro. Atingir o Nível Ouro não é um objetivo associado à superficialidade da ostentação de um selo. É um objetivo crítico pelo simbolismo, pelo poder do exemplo e pelo efeito de mobilização que pode ter”, frisou.

Para Berta Cabral, “conseguir esse objetivo será o reconhecimento formal do compromisso convicto, empenhado e diariamente implementado pela Região na defesa intransigente do equilíbrio das nossas dimensões económicas, sociais, ambientais e culturais”.

E prosseguiu: “É uma missão que abraçamos com dedicação e entusiasmo, reconhecendo que a sustentabilidade não é um fim, mas um processo de melhoria contínua e sistemática, que tem de ser praticado todos os dias”.

Outro dos instrumentos orientadores do desenvolvimento do setor do turismo é a Cartilha de Sustentabilidade dos Açores.

Este é um documento que, afirmou Berta Cabral, “não é apenas um guia, mas um compromisso com princípios e práticas que definem a atuação e o contributo das organizações para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável plasmados na Agenda 2030 – inclui diretrizes para minimizar o impacto ambiental, apoiar as comunidades locais e respeitar a riqueza cultural que define os Açores”.

Neste sentido, acrescentou, que o seu modelo de aplicação da Cartilha foi reformulado para que a mesma seja “mais intuitiva, mais adaptada às organizações e mais eficiente nos efeitos que produz”.

A Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas é também subscritora da Cartilha de Sustentabilidade, “assumindo compromissos estruturais, como a continuidade da Plataforma ReBuild17; o aumento da autonomia energética das ilhas com menor integração de renováveis; e a criação de soluções alternativas para a visitação a locais de elevado interesse turístico”.

A este propósito, Berta Cabral lembrou uma iniciativa recente da Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, da qual se perspetiva um impacto relevante, nomeadamente a implementação do ‘shuttle’ de acesso à área de visitação do Vulcão do Fogo, que, desde 15 de junho último, já transportou cerca de 42 mil turistas.

Esta medida pioneira nos Açores, segundo Berta Cabra, “permite uma visitação mais sustentável, reduzindo a pressão sobre as estradas e minimizando a pegada de carbono”.

Referindo-se ao Conselho Consultivo para a Sustentabilidade, disse que este órgão “tem, também, a missão de acompanhar a gestão turística da Região e a implementação do novo PEMTA, que define uma nova perspetiva para a evolução do turismo nos Açores até 2030”.

“O Governo dos Açores encara o desenvolvimento sustentável, e em particular, a sustentabilidade do turismo, como um tema de vital importância para o futuro da Região. Contar convosco na defesa e reflexão sobre esta causa é um motivo de particular satisfação, demonstrando que é possível mobilizar entidades públicas, privadas e associativas para uma atuação conjunta em prol de objetivos estruturais”, acentuou.

Uma das atribuições deste Conselho Consultivo é o acompanhamento e o envolvimento no processo de certificação dos Açores como “Destino Turístico Sustentável”.

Por isso, adiantou, a determinação “em tornar os Açores num exemplo global, cada vez melhor e mais reconhecido, de turismo sustentável, longe de qualquer ideia de massificação”.

Berta Cabral defende que a ideia “não é apenas atrair mais visitantes, mas fazê-lo de forma responsável, garantindo que a Região continue a crescer de forma equilibrada, dentro do seu imenso potencial, mantendo-se como um destino único e preservado”, sem esquecer que se pretende turismo todo o ano e em todas as ilhas e que o turismo só é bom se for bom para quem vive nas nossas ilhas.

A governante defendeu a colaboração e os contributos do Conselho Consultivo para atingir estes objetivos, bem como o reforço do “papel valioso” deste órgão, “não só no processo de certificação, mas, particularmente, no seu envolvimento com o trabalho diário em prol de um desenvolvimento sustentável e num papel ativo e pedagógico junto da sociedade”.

Berta Cabral deixou, ainda, a nota de que os Açores conseguiram, este ano, que o galardão Miosótis, atribuído pelo Governo Regional, passasse a ser reconhecido internacionalmente de acordo com os padrões do Conselho Global do Turismo Sustentável, considerando este como “mais um passo importante na validação das medidas promotoras de sustentabilidade e na credibilidade dos alojamentos turísticos que adotam estes princípios na sua gestão quotidiana”.

Entretanto, a governante anunciou que, também este ano, o Governo dos Açores foi convidado pela primeira vez pela EarthCheck para apresentar o trabalho desenvolvido na Região e que tem permitido que os Açores sejam reconhecidos internacionalmente como um destino líder no turismo sustentável, frisando que “esta é mais uma prova de que o processo coletivo, colaborativo e participativo de desenvolvimento sustentável nos Açores está a catapultar a Região para um novo patamar de progresso e de reconhecimento”.

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