O Governo dos Açores anunciou hoje que vão ser criadas juntas médicas em São Miguel “ainda este mês”, na sequência de alterações à resolução publicada em fevereiro que “estava a pôr em causa” alguns serviços da administração pública.

“Na Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel estamos em condições de avançar, a breve prazo, ainda no presente mês, para o início da realização destas juntas. De forma faseada, a breve prazo, queremos avançar sobretudo nas ilhas que são mais problemáticas, além de São Miguel, que são o Pico e Faial”, disse a secretária da Saúde e Desporto aos jornalistas.

Mónica Seidi falava hoje em Ponta Delgada na apresentação das deliberações do Conselho do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), que aprovou alterações à resolução regional publicada em fevereiro deste ano, que atribuiu às Unidades de Saúde de Ilha competências para a realização de juntas médicas.

“A última resolução, infelizmente, não conseguiu pôr em prática um plano que fosse exequível no sentido de acelerar este processo de realização de juntas”, reconheceu a secretária regional, que tomou posse em março, admitindo mesmo que a “situação pode estar a pôr em causa alguns dos serviços da administração pública”,

Mónica Seidi revelou que existem “relatos de utentes que se sentem aptos em regressar ao trabalho”, mas que estão impedidos de o fazer “até serem observados por uma junta médica”.

“É urgente começarmos com uma recuperação destes utentes, que em São Miguel serão cerca de 1.200, e que estão a aguardar a realização de uma junta médica, sobretudo no contexto da ADSE, pondo em causa o regresso ao trabalho”, afirmou.

A secretária regional defendeu que as alterações agora promovidas pelo executivo vão acelerar a criação das juntas médicas, sem prejudicar os cuidados de saúde primários.

“O que se conseguiu fazer foi não prejudicar a atividade assistencial dos cuidados de saúde primários, como era o que estava veiculado na última resolução do Conselho do Governo, e, através da criação de equipas com dois médicos – nunca menos de dois médicos –, acelerar a resolução destas juntas”, salientou.

Em novembro de 2021, o então secretário da Saúde Clélio Meneses determinou a criação de juntas médicas para “retomar o tempo perdido” e acabar com as listas de espera criadas pela suspensão da atividade durante a pandemia de covid-19.

Ainda segundo Mónica Seidi, o Conselho do Governo Regional aprovou também a anteproposta que adapta aos Açores o Sistema Nacional de Monitorização e Comunicação de Risco, de Alerta Especial e de Aviso à População, criando um sistema regional.

“A iniciativa agora aprovada estabelece o Sistema Regional de Monitorização e Comunicação de Risco, de Alerta Especial e de Aviso à População, bem como as orientações para o fluxo da informação entre as autoridades de proteção civil, agentes de proteção civil, entidades técnico-científicas e demais entidades”, afirmou.

A governante, que também tutela a Proteção Civil, reiterou que o sistema reforça o “objetivo” de “promover as ações necessárias com vista à prevenção e mitigação dos efeitos de acidentes graves ou catástrofes”.

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