Começou por ser apenas um filme, vai para 30 anos, mas o sucesso transformou-o numa saga. De terror, acrescente-se. “Sei o que fizeste no verão passado” voltou este ano aos ecrãs, com o quarto filme, dando sequência ao pesadelo iniciado após um atropelamento mortal.
O título da saga volta à ribalta política, sempre para pesadelo dos visados, quando se avivam memórias, habilidosa e convenientemente escondidas, desse modo impedindo a farsa depois da tragédia.
Digo isto a propósito do punhado de requerimentos produzidos, entre a canícula e as brumas de agosto, por umas meninges socialistas. Bradam as ditas pela justiça divina para maléficos atos da governação de além e aquém mar – atrasos nos aumentos das comparticipações às IPSS’s, devolução de propinas, e acesso a incentivos para substituição de fogões a gás.
Não questiono a pertinência dos temas, nem duvidaria da legitimidade institucional dos autores desta outra saga, não fosse o caso de serem escassos os seus pergaminhos na matéria. Explico, com o devido detalhe: suas excelências não pestanejaram uma única vez quando os governos do camarada Costa excluíram os Açores de programas de apoio, ditos “nacionais”, a saber, compensação pelo aumento do salário mínimo nacional, programa ”Regressar”, e apoio aos agricultores pela subida dos fatores de produção, devido à guerra da Ucrânia, por exemplo. E calaram-se também quando o valor destinado a aumentar a dotação anual dos contratos de cooperação com as IPSS’s só foi transferido para os Açores em dezembro…
Muito sol faz mal à moleirinha, dizia a minha avó.
