A ex-vice-presidente do município de Santa Cruz das Flores, Elisabete Nóia, é candidata à liderança da autarquia, nas eleições de outubro, pelo Movimento Cívico Pelo Concelho (MCC), para “servir a população com responsabilidade, proximidade e visão”.
“Esta decisão não foi tomada de forma isolada. Foi o resultado de um movimento espontâneo e crescente de cidadãos que, ao longo dos últimos meses não se reviu nos candidatos propostos pelos maiores partidos políticos, sentindo que faltava uma alternativa que verdadeiramente representasse os interesses, os valores e as aspirações da nossa terra”, disse hoje à agência Lusa Elisabete Nóia, 45 anos, atualmente técnica superior nesta autarquia da ilha das Flores.
Entre 2013 e março de 2025 a candidata foi vice-presidente da Câmara liderado pelo socialista José Carlos Mendes, que não pode recandidatar-se por limite de mandatos.
A independente referiu que foi incentivada a candidatar-se “por muitas pessoas” por “muitos militantes de partidos”, por acreditarem que é “a pessoa mais bem preparada para liderar os destinos do concelho”.
“Essa confiança assenta na minha experiência como vereadora e vice-presidente da autarquia, bem como no trabalho desenvolvido em várias áreas da administração, tais como vogal executiva do conselho de administração da Unidade de Saúde da Ilha das Flores”, afirmou.
O MCC é “um projeto independente, plural e centrado nas pessoas” e a candidatura “é um apelo à participação ativa, à renovação política e à construção de um futuro mais justo, mais transparente e mais próximo das reais necessidades” da comunidade.
“A nossa candidatura nasce com um propósito claro: tornar o concelho mais atrativo para os nossos jovens e qualquer outra pessoa, criando condições reais para que aqui possam viver, trabalhar e realizar os seus sonhos. Queremos que cada santacruzense, independentemente da sua idade ou freguesia, sinta que tem espaço, voz e oportunidade para construir o seu projeto de vida”, afirmou.
Um dos objetivos de Elisabete Nóia é “revitalizar economicamente o concelho, tornando-o mais dinâmico, mais atrativo e mais preparado para enfrentar os desafios do presente e do futuro”.
“Acreditamos que o desenvolvimento económico começa por valorizar os nossos empresários, os nossos produtores, os nossos empreendedores – aqueles que todos os dias investem, criam emprego e mantêm viva a economia local”, explicou.
O concelho “encontra-se num momento decisivo” e a sua candidatura “nasce, precisamente, da consciência desses problemas e da vontade de lhes dar resposta com seriedade, proximidade e ação”.
Como principais preocupações elencou três: habitação, perda de população e dinamização económica.
Na habitação, propõe a identificação e recuperação de imóveis devolutos em todas as freguesias, avançar com o loteamento de terrenos municipais e construir habitações.
Para fixar população propõe-se apoiar as famílias “em todas as fases da vida”, investir na educação, cultura e qualidade de vida.
Já para a dinamização económica aponta, entre outras iniciativas, a criação de zonas empresariais e comerciais e um Gabinete Municipal de Apoio ao Empreendedor.
Se for eleita líder da autarquia, a candidata do MCC, licenciada em Gestão e Administração Pública, promete fazer uma gestão autárquica “transparente e próxima das pessoas”.
O atual executivo camarário de Santa Cruz das Flores é composto por três eleitos do PS e dois da coligação Unidos com Confiança (PSD/CDS-PP/PPM).
Nas autárquicas de 2021, o PS venceu com 61,82% dos votos e a coligação obteve 35,01%.
Além de Elisabete Noia, são conhecidas as candidaturas de Ivan Castro (PS), Daniel Miranda (PSD), José Paulo Sousa (Chega) e Fábio Alves (CDS-PP) à presidência da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.
