Os Açores tinham mais de 12.800 utentes a aguardar por uma cirurgia no final de julho, um aumento de 15% face ao período homólogo, segundo dados da Direção Regional da Saúde.
“Em julho de 2025 aguardavam em LIC [lista de inscritos para cirurgia] um total de 12.875 utentes, o que corresponde a um aumento de 0,9% (mais 113 utentes) face ao mês anterior. Na comparação com o mês homólogo, verifica-se um aumento de 15% (mais 1.680 utentes)”, lê-se no boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, consultado hoje pela agência Lusa e disponível na página da Internet da Direção Regional da Saúde.
Desde maio de 2023 que o número de pessoas a aguardar por uma cirurgia nos Açores tem vindo a aumentar face ao período homólogo.
Os dados relativos às listas de espera cirúrgica nos Açores não eram atualizados desde abril, altura em que foram divulgados os números de março.
Dos três hospitais da região, o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, era o que apresentava mais utentes em lista de espera (8.417) no final julho.
Afetado por um incêndio em maio de 2024, o maior hospital da região registou a maior subida da lista de espera cirúrgica, contabilizando mais 98 (1,2%) utentes inscritos do que em junho e mais 1.564 (22,8%) do que no período homólogo.
O Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT) contabilizava 3.033 doentes inscritos para cirurgia no final do mês e foi o único a registar uma ligeira redução da lista de espera, com menos três utentes (0,1%) do que em junho e menos 15 (0,5%) do que em julho de 2024.
Já o Hospital da Horta (HH) apresentava 1.425 utentes inscritos, mais 18 (1,3%) do que no mês anterior e mais 131 (10,1%) do que no período homólogo.
Há utentes inscritos em mais do que uma cirurgia, por isso o número de propostas cirúrgicas em lista de espera, no final de julho, era de 14.268, mais 1.841 (14,8%) do que no período homólogo.
Apesar do crescimento das listas de espera, a produção cirúrgica nos Açores aumentou neste mês.
Segundo o relatório, foram realizadas 776 cirurgias, mais 139 (21,8%) do que em junho e mais 129 (19,9%) do que no período homólogo.
Em termos percentuais, a subida foi mais expressiva no Hospital da Horta, que realizou 158 cirurgias, mais 49 (45%) do que no período homólogo, seguindo-se o HDES, que contabilizou 359 operações, mais 83 (30,1%).
Já o hospital da Terceira realizou 259 cirurgias, menos três (1,1%) do que em julho de 2024.
Segundo a Secretaria Regional da Saúde e Segurança Social, o boletim apresenta apenas os números da produção acrescida, no âmbito do programa CIRURGE, não contabilizando as cirurgias realizadas no período normal nos hospitais.
Em julho, os açorianos aguardavam, em média, 460 dias (acima de um ano e três meses) por uma cirurgia, mais 39 dias do que no mesmo mês em 2024.
No hospital de Ponta Delgada, o tempo médio de espera atingia 500 dias (mais 52 do que em julho de 2024), no da ilha Terceira 412 dias (mais cinco) e no da Horta 340 dias (mais 23).
Nas três unidades de saúde, o tempo médio de espera estava acima dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.
Das cirurgias realizadas em julho nos Açores, cerca de metade (53%) ocorreu dentro dos TMRG, menos 6,8 pontos percentuais do que no período homólogo (59,8%).
Em julho, deram entrada nos três hospitais da região 1.118 novas propostas cirúrgicas, mais 0,6% do que em junho e mais 10% do que no período homólogo.
Verificaram-se ainda 200 cancelamentos de cirurgias, o que representou um aumento de 25,8% em relação ao mês anterior e de 48,1% face a julho de 2024.