Autor: PM | Fotos: SRAAC

O Secretário Regional do Ambiente e Ação Climática, destacou os “resultados prestigiantes” alcançados pelos Açores na resposta a paragens cardiorrespiratórias em contexto extra-hospitalar, à luz dos dados revelados pelo EuReCa-THREE, o maior estudo europeu realizado até hoje nesta área, envolvendo 28 países e mais de 230 milhões de cidadãos.

De acordo com o relatório publicado em julho de 2025, que analisou ocorrências registadas entre setembro e novembro de 2022, os Açores atingiram uma taxa de reversão de paragens cardiorrespiratórias de 20%, um desempenho claramente acima da média europeia, que se situa nos 7,5%.

“Esta diferença, de quase 13 pontos percentuais, coloca a Região em 4.º lugar entre as regiões com melhor desempenho, à frente de países como França, Espanha, Itália e Alemanha”, sublinhou o governante, que tutela também a área da Proteção Civil.

Alonso Miguel atribuiu este resultado ao “esforço coordenado de todos os intervenientes no sistema de emergência, desde quem presencia as situações até à intervenção técnica e especializada dos profissionais do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) e dos Corpos de Bombeiros”.

O responsável frisou ainda que este desempenho resulta de investimento contínuo da Região, evidenciado na formação qualificada das equipas, reorganização dos meios de socorro, melhoria nos processos de despacho e reforço da literacia em Suporte Básico de Vida (SBV) junto da população.

O estudo europeu revela ainda que os Açores têm um tempo médio de resposta dos serviços de emergência de 10 minutos, face à média europeia de 12,2 minutos, representando uma melhoria de 18%.

“Esta diferença é particularmente relevante, uma vez que tempos de resposta iguais ou superiores a 11 minutos estão claramente associados a uma menor probabilidade de sobrevivência”, explicou Alonso Miguel.

Outro dado de destaque é o tempo de atuação das equipas de emergência médica, que nos Açores é inferior a 20 minutos, comparado com os 29,5 minutos da média europeia, o que, segundo o governante, pode indicar uma maior eficiência operacional, ainda que este indicador deva ser analisado com prudência devido à variabilidade dos casos.

A estratégia regional para melhorar a resposta a estas situações tem incluído o reforço de ambulâncias, aumento do número de tripulantes e formação diferenciada em Suporte Imediato de Vida (SIV), incluindo Suporte Avançado de Vida Pediátrico e International Trauma Life Support (ITLS), bem como a introdução de novas tecnologias como a telemetria.

Entre 2022 e 2025, o SRPCBA ministrou 330 ações de formação, abrangendo 3.100 bombeiros, profissionais de saúde e cidadãos, e promoveu 820 ações de sensibilização, com cerca de 30.000 participantes. O destaque vai para o programa “Aprende a Socorrer”, que ensinou técnicas de SBV a cerca de 5.000 alunos do 9.º ano, nos últimos dois anos letivos.

O estudo EuReCa-THREE confirma ainda que os Açores seguem as tendências europeias quanto ao perfil das vítimas: 56% são do sexo masculino, com uma idade média de 68 anos (face a 67,2 anos na Europa). A taxa de paragens cardiorrespiratórias observadas por leigos na Região foi de 58%, ligeiramente abaixo da média europeia de 61,1%.

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