O Presidente da República disse hoje que “nunca conseguiu ser um otimista irritante”, mas que as pessoas com essas características “vão mais longe do que jamais foi na vida”, numa referência ao ex-primeiro-ministro António Costa.
Num discurso com cerca de 40 minutos na Escola do Mar dos Açores, na ilha do Faial, o Presidente da República, sobre a evolução de vários projetos na região, afirmou que é um “otimista realista”, mas ressalvou que “nunca conseguiu ser um otimista irritante”.
“Os otimistas irritantes, em algumas coisas, vão mais longe do que eu jamais fui na vida ou irei. Têm o mérito. O de ter esse excesso de energia, embora com uma idade inferior”, disse, numa referência ao Presidente do Conselho Europeu e ex-primeiro-primeiro, António Costa, a quem chamava de “otimista irritante” durante a sua governação.
Na mesma intervenção, o Presidente da República abordou o seu futuro e o que disse ser a “inveja” que tem do seu sucessor por poder ver a evolução dos projetos em construção nos Açores, recorrendo a um evento bíblico que disse ter contado também num congresso do PSD quando liderava o partido.
“Sinto-me como o Moisés. O Moisés chegou até ao Rio Jordão, e depois olhou para o outro lado e disse ‘Bom, eu já não passo, eu fico deste lado, eu vejo a terra prometida, mas fico deste lado. Vou partir para o outro mundo, menos material e mais imaterial, antes de atravessar o rio para ver a terra prometida’. Bom, se fosse hoje, tinha-me deitado no rio, tinha nadado e tinha passado o rio”, afirmou.
O Presidente disse invejar o seu sucessor “porque vai ter dez anos para ver” aquilo que ele viu na “pré-história da pré-história” a acontecer no arquipélago açoriano.
O Presidente da República cumpre hoje o segundo de quatro dias da visita aos Açores, com uma deslocação à ilha do Faial dedicada à investigação marinha e à importância geoestratégica do mar.