O PS/Açores criticou hoje a má gestão do Governo Regional, considerando que está a conduzir as finanças do arquipélago por um “caminho ruinoso”, após terem sido divulgados os dados do défice referentes ao primeiro semestre.
“É só mais uma confirmação da má gestão e do caminho ruinoso para o qual este Governo [Regional] está a conduzir a Região Autónoma dos Açores”, afirma a líder parlamentar do PS na Assembleia Regional, Andreia Cardoso, citada num comunicado.
Segundo a síntese de execução orçamental divulgada hoje pela Entidade Orçamental, a administração pública dos Açores registou um resultado negativo em 200,9 milhões de euros ao apresentar despesas efetivas de 904,1 milhões de euros e receitas de 703,2 milhões no primeiro semestre do ano.
Já o Boletim de Execução Orçamental, divulgado pela Direção Regional do Orçamento e Tesouro, dá conta que em 30 de junho o saldo global do Governo dos Açores foi de 227,9 milhões de euros negativos (sem incluir o impacto das Entidades Públicas Reclassificadas).
A líder parlamentar socialista no parlamento açoriano lamenta o “descontrolo das finanças” da região e alerta que “a dívida não é algo abstrato ou de pouca importância”, já que o seu aumento “reduz a margem para investir em serviços essenciais”.
“Quando há uma discrepância tão grande entre as receitas e as despesas, tal só comprova a incompetência e a leviandade com que são geridos os impostos pagos pelos açorianos”, reforça.
Para o PS/Açores, o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, está a conduzir a região a “passos largos” para um “abismo financeiro”, já que o défice de 227,9 milhões de euros do saldo global do executivo no primeiro semestre representa um “buraco” nas contas da região.
A deputada frisa, contudo, que a “situação já era expectável” devido aos “sucessivos agravamentos do défice orçamental, o aumento brutal da dívida, o insucesso do Plano de Reestruturação da SATA e os atrasos dos pagamentos a fornecedores”.
Andreia Cardoso salienta, também, que a agência DBRS manteve um rating BBB para os Açores, em “contraciclo com o país e com a Madeira”.
“A Madeira, em 2012, foi alvo de um resgate, devido à sua situação financeira crítica, causada por níveis de dívida pública extremamente elevados. Com a publicação da notação pela DBRS, constatamos que já fomos ultrapassados pela Madeira”, acrescenta a deputado regional.
Em 18 de julho, foi anunciado que a agência de notação financeira DBRS manteve o ‘rating’ de Portugal na classificação de “’A’ (elevado)” e reafirmou a perspetiva estável para a notação financeira da República portuguesa.