O Governo Regional dos Açores assinou hoje um protocolo com a Associação Portuguesa de Professores de Alemão e o Goethe-Institut para promover o ensino de alemão nas escolas da região.
“O que se pretende é, de facto, termos mais escolas e mais alunos a fazerem a aprendizagem de línguas estrangeiras, neste caso o alemão. A promoção da aprendizagem de língua estrangeira é um desiderato do Governo dos Açores, porque entendemos que é uma competência essencial num mundo que é cada vez mais global”, afirmou, em declarações à Lusa, a secretária regional da Educação, Cultura e Desporto dos Açores (PSD/CDS/PPM).
Segundo Sofia Ribeiro, o protocolo, assinado hoje em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, prevê, por um lado, uma parceria com a Associação Portuguesa de Professores de Alemão, para a formação de professores, podendo haver “sinergias entre os vários professores de todo o país que fazem o ensino do alemão”.
Por outro lado, está previsto um “apoio do Goethe-Institut no que respeita a material pedagógico”.
Atualmente, o ensino de alemão nos Açores chega a sete escolas, três na ilha de São Miguel, três na Terceira e uma em São Jorge.
“Do ano passado para este ano fizemos um acréscimo. Temos mais uma escola secundária a aderir ao ensino do alemão”, adiantou a titular da pasta da Educação.
Sofia Ribeiro reconheceu que há falta de docentes de alemão em todo o país, mas defendeu que “é preciso continuar a fazer um investimento na formação inicial”.
“Se tivermos mais alunos no secundário a optarem pelo alemão, esses alunos poderão, se assim entenderem, estar habilitados para prosseguirem cursos superiores, quiçá via ensino, para poderem eles próprios serem formadores de alemão”, apontou.
A secretária regional da Educação considerou que o domínio de línguas estrangeiras, como o alemão, habilita os açorianos a trabalharem para empresas no estrangeiro, mesmo sem sair do arquipélago.
“São cada vez mais os exemplos, quer de nacionais, quer de estrangeiros, que residem no nosso país e trabalham para empresas estrangeiras. Quanto maior for a proficiência em línguas estrangeiras, mais capacitação estes alunos e concidadãos vão ter para depois um dia poderem ter mais hipóteses de empregabilidade”, frisou.
Presente na cerimónia, a embaixadora da Alemanha em Portugal, Julia Monar, defendeu que o ensino de alemão pode ajudar os alunos açorianos a seguir áreas como o turismo ou a encontrar emprego em empresas alemãs.
“Acho que para motivar mais alunos açorianos a aprenderem alemão temos de mostrar-lhes que o alemão é uma língua que pode parecer difícil, mas que nem é tão difícil e quando se aprende pode utilizar-se em vários meios de trabalho, profissionalmente, na ciência, na academia, que vale a pena estudar”, apontou.
Júlia Monar salientou que o alemão é uma língua com “um passado muito forte”, mas também com futuro, em particular na Europa.
“Somos um membro da União Europeia, somos o país com a maior população dentro da União Europeia e vemos que ainda mais pessoas de outros países aprendem alemão. O alemão é uma língua de comunicação que serve em muitas áreas”, defendeu.
A diretora do Goethe-Institut, Jana Binder, admitiu que não há muita oferta de ensino de alemão fora da escola em territórios como os Açores, mas disse que os cursos do instituto já chegam a todas as ilhas, através do ensino ‘online’, e têm tido adesão no arquipélago.
“É uma língua para as pessoas se destacarem. O inglês toda a gente fala, o espanhol em Portugal muitas pessoas falam, o francês tem uma proximidade. Quem fala alemão destaca-se”, realçou.
