Autor: PM | Foto: DR
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Entre os dias 26 e 31 de julho de 2025, Sua Majestade o Rei Fuad II do Egito realizará uma visita privada à ilha de São Miguel, nos Açores, naquela que será a primeira presença de um membro da antiga Casa Real egípcia no arquipélago.

A convite do Conde de Albuquerque, o monarca ficará alojado no Palácio do Jardim José do Canto, em Ponta Delgada, marcando uma estada de carácter simbólico e reservado. A visita insere-se num gesto de aproximação entre culturas e heranças civilizacionais, com um programa centrado na contemplação de locais de elevado valor histórico e paisagístico da ilha.

Durante a sua permanência, o rei visitará as Caldeiras das Furnas, o Parque Terra Nostra, a Lagoa das Sete Cidades, o Convento de Nossa Senhora da Esperança, o Convento de Nossa Senhora de Belém e o Centro Histórico de Ponta Delgada.

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Fuad II será ainda oficialmente recebido pelo Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada e pelo Presidente do Governo Regional dos Açores, em gestos institucionais que sublinham a importância desta visita régia. Estão também previstos encontros com representantes da sociedade civil e visitas de carácter privado, incluindo à Quinta do Rochão.

O ponto alto da visita decorrerá a 28 de julho, com o descerramento da obra “Raízes do Silêncio”, do artista açoriano Martim Cymbron, nos jardins do Palácio José do Canto. A pintura, que passará a integrar a Galeria de Pintura Açoriana do palácio, evoca a ligação entre o Egito ancestral e o universo insular açoriano, numa fusão simbólica de culturas e geografias.

A cerimónia será presidida por Fuad II e inspira-se nos gestos de hospitalidade com forte valor histórico, como o acolhimento ao rei D. Carlos em 1901, eco de uma memória coletiva ainda viva entre os açorianos.

A visita termina a 31 de julho, com um jantar privado que encerrará uma estadia marcada pela dignidade, pela memória e pelo diálogo entre passado e presente.

Fuad II nasceu no Cairo em 1952 e foi o último rei do Egito. Subiu ao trono com apenas seis meses, após a abdicação do seu pai, o rei Faruque I, mas a monarquia egípcia seria abolida no ano seguinte, em 1953. Desde então, viveu discretamente no exílio, sobretudo na Suíça e em França. A sua presença nos Açores é vista como um tributo à continuidade histórica, à serenidade do exílio e à cultura da permanência.

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