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A Assembleia da República aprovou hoje, por unanimidade, votos de pesar pelas mortes da fadista Maria da Nazaré e do escritor açoriano José Henrique Álamo Oliveira.

A fadista Maria da Nazaré morreu no passado dia 4 de julho, em Corroios, aos 79 anos.

“Vencedora por duas vezes da Grande Noite do Fado, Maria da Nazaré construiu uma carreira extensa e com uma relevante presença internacional, que a levou a pisar palcos em países como Bélgica, Finlândia, Suécia, Dinamarca, Espanha ou Reino Unido”, destaca o voto proposto pelo PS.

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Nascida no Barreiro, Maria da Nazaré começou a cantar, em Campo de Ourique, ainda adolescente. Aos 17 anos, começou a percorrer o país no elenco do programa Serão para os trabalhadores, retransmitido pela Emissora Nacional.

“A Assembleia da República manifesta o seu pesar pelo falecimento de Maria da Nazaré, prestando a sua homenagem à sua carreira e ao seu contributo para a cultura nacional e endereça as suas sentidas condolências aos seus familiares e amigos”, refere a parte resolutiva do voto.

O parlamento aprovou ainda um voto apresentado por PSD, PS e Chega pela morte de José Henrique Álamo Oliveira, a 6 de julho, aos 80 anos, na Terceira, recordando-o como “um dos nomes mais representativos da açorianidade literária”.

Nascido a 2 de maio de 1945, no Raminho, Terceira, os proponentes do voto destacam a sua “vasta e rica obra, enraizada na identidade açoriana, com 43 livros publicados em diversos géneros literários, sendo traduzido e estudado nos meios académicos e culturais”.

Estudante do Seminário de Angra, foi também sócio fundador, diretor, encenador e ator do grupo de teatro “Alpendre”.

“Com imaginação criadora e expressão poética, ele descreve a Terceira e a diáspora açoriana na sua dimensão telúrica e humana, tendo-nos legado, na poesia ‘Pão Verde’ e ‘Os Quinze Misteriosos Mistérios’”, destacam.

O seu romance “Já não gosto de chocolates” foi traduzido e publicado nos Estados Unidos e Japão e a sua obra “Até hoje, memórias de cão” foi galardoado com o prémio Maré Viva, da Câmara Municipal do Seixal, em 1985.

Já “Solidão da Casa do Regalo” foi galardoado com o prémio Almeida Garrett, em 1999.

Foi distinguido com o Prémio de Teatro Almeida Garrett, a Insígnia Autonómica de Reconhecimento, atribuída pelo Governo dos Açores, e o grau de Comendador da Ordem de Mérito, agraciado pelo Presidente da República.

“Autor de inúmeras letras de marchas, teve tempo de escrever e compor, quase em jeito de despedida, a marcha dos Veteranos para as Sanjoaninas de 2025, devendo-lhe S. João e Angra do Heroísmo, muitos dos seus melhores momentos de folia e alegria”, destaca ainda o voto.

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