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Na corrida para as autárquicas de 12 de outubro já são conhecidas sete candidaturas à presidência da Câmara de Ponta Delgada, a maior autarquia dos Açores, que em democracia foi quase sempre liderada pelos sociais-democratas.

PSD, PS, BE, IL, Chega, CDU e o movimento “Ponta Delgada para Todos” são as forças políticas que revelaram os cabeças de lista ao município governado pelos sociais-democratas, com cinco elementos ‘laranja’ no executivo, contra quatro do PS.

Na Assembleia Municipal (51 membros), onde existem seis grupos e representações municipais (PSD, PS, IL, BE e os independentes “Santa Clara Vida Nova” e “Sempre Candelária”), os sociais-democratas têm 25 mandatos.

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O atual presidente da autarquia, Pedro Nascimento Cabral (PSD), eleito pela primeira vez em 2021, concorre a um novo mandato.

O advogado, que foi líder parlamentar do PSD/Açores e candidato à liderança do partido a nível regional, ainda não apresentou formalmente a candidatura, mas recentemente apontou a habitação, a segurança, a mobilidade e as políticas sociais como áreas prioritárias para o futuro da cidade.

“Estamos a construir 70 novas habitações. São 12 milhões de euros investidos para solucionar um problema grave, há muito detetado, mas que tem sido sempre negligenciado”, afirmou Nascimento Cabral numa conferência intitulada “Pensar Ponta Delgada”, organizada pela Associação de Seniores de São Miguel.

Já o PS candidata a antiga secretária de Estado da Igualdade e Migrações (2022-24) Isabel Rodrigues, que foi deputada na Assembleia da República e secretária regional Adjunta da Presidência para os Assuntos Parlamentares do Governo dos Açores.

Isabel Rodrigues, formada em Direito, assumiu como objetivo “dar um novo rumo ao concelho” para iniciar um “ciclo de desenvolvimento e prosperidade”.

“Com determinação e esforço conjunto, é possível encontrar soluções que garantam os direitos sociais de todos, que traduzam um verdadeiro combate às desigualdades e uma forte aposta na inovação social”, afirmou a socialista no anúncio da candidatura.

O BE apresenta a economista e professora Susana Medeiros, licenciada em Sociologia e com mestrados em Economia e Gestão.

Os bloquistas defenderam “a habitação, os transportes públicos, o combate à problemática da toxicodependência e das pessoas sem-abrigo, a recolha de resíduos e a promoção da cultura” como prioridades para os próximos anos.

Já a IL aposta na engenheira agroindustrial Alexandra Cunha, que já se comprometeu a “governar com responsabilidade, transparência e resultados”.

A atual deputada municipal liberal defendeu também a necessidade de existir um “planeamento estratégico” para o desenvolvimento do município açoriano.

O líder regional do Chega/Açores, José Pacheco, é o candidato do partido à autarquia. Designer gráfico de profissão e deputado no parlamento açoriano desde 2020, Pacheco apresentou como ‘bandeiras’ a habitação e o combate à subsidiodependência.

O cabeça de lista disse querer ser a “voz das pessoas, ouvir, especialmente as zonas de Ponta Delgada da costa norte e sul que estão completamente abandonadas”.

Uma das novidades do ato eleitoral de Ponta Delgada é o movimento de cidadãos “Ponta Delgada para Todos”, encabeçado por Sónia Nicolau, professora e antiga deputada regional do PS, que se apresentou como independente após críticas à liderança do PS/Açores.

“Este movimento cívico apresentará soluções para os problemas das pessoas e do território. Queremos uma campanha de esclarecimento e envolvimento por parte das pessoas”, afirmou Sónia Nicolau no anúncio da candidatura.

O candidato da CDU é o escritor Henrique Levy, autor de livros de romance e poesia, antigo professor universitário e fundador da editora N9na-Poesia, que vai apresentar a candidatura na quarta-feira.

Levy, que foi mandatário da CDU nas eleições regionais de 2020, é licenciado em Língua e Cultura Portuguesa e tem mestrado em Estudos Portugueses.

Face às eleições de 2021 – ganhas pelo PSD com 48,76% e em que concorreram sete forças – apenas o PAN ainda não revelou a candidatura ao município.

Ponta Delgada tem 24 freguesias distribuídas por 231,9 quilómetros quadrados e cerca de 67 mil habitantes, 28% da população açoriana.

O PSD presidiu quase sempre à Câmara de Ponta Delgada, com exceção do mandato 1989-1993, em que socialistas em coligação com o CDS-PP ‘tiraram’ a autarquia aos sociais-democratas.

 

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