Bem podia ter escolhido, para título ‘a corrida de cavalos de Troia, mas entre o realismo da realpolitik e o realismo moral situamo-nos no dilema deste último, uma vez, sem qualquer governo internacional. A teoria do Realismo das Relações Internacionais, quando se julgava a definhar, germinou sedimentado… Realismo Clássico, Neorealismo Clássico, Realismo Ofensivo, Realismo Defensivo e a prodigalidade de reencontro no Realismo Político.
Acredito mais em Matusalém, mas por ora, soa melhor, “Troianos, não confiem no cavalo. Seja isso o que for continuo a recear os Gregos, mesmo quando trazem oferendas”, Virgílio, na Eneida. O Fim de Tudo, de Victor Davis Hanson, está a servir-me sobretudo para aclarar a ideia de que a história começa ao terminar a guerra, em abstrato. Precisamente por algumas guerras, hoje, servirem a dissuasão da moralidade, por ângulos paralácticos.
O confronto entre Israel e Irão, através das operações [Leão que se Levanta] e [Martelo da Meia-Noite] reconfiguram uma realidade à margem dos contornos enfatizados pela ‘comunicação social global’. As razões, de facto, com precedentes à República Islâmica não prefiguram os objetivos para a produção de uma bomba nuclear. Tudo indica que os perpetradores das ‘operações especiais’ mais não tinham do que capitalizar toda a engrenagem delituosa da autoria do argentino Rafael Grossi, diretor da Agência Internacional de Energia Atómica.
O Presidente Jimmy Carter derrubou o Xá do Irão e assim a pretensão de domínio do Médio Oriente, se os persas tivessem a bomba atómica fornecida pelo presidente francês Valéry Giscard d’Estaing e pelo seu primeiro-ministro, Jacques Chirac. Assim, Zbigniew Brzezinski, o conselheiro de segurança do presidente norte-americano, fez Ruhollah Khomeini regressar do exílio em França para Teerão. Israel apoiou o Irão contra o Iraque, com o fornecimento inicial de armas bem como com o argumento para o que se soube da primeira versão do escândalo Irão-Contras. Posteriormente, a estratégia foi reajustada para ponderações do tempo do Xá. Interessante foi a arquitetura do consórcio EAPC-B, detido em partes iguais pelos dois estados, Irão e Israel, para operar o gasoduto Eilat-Ashkelon, essencial para a economia israelita. Este acordo foi renovado em 2018. O Knesset aprovou, mesmo, uma lei que pune qualquer publicação sobre os contornos deste empresa, com 15 anos de prisão.