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O Conselho de Ilha de Santa Maria criticou hoje as desigualdades do modelo de transporte marítimo de mercadorias e alertou que não podem existir açorianos de segunda, enquanto o Governo Regional prometeu estudar os sobrecustos naquela operação.

“Santa Maria é a única que não tem ligações semanais de porta-contentores. Isso, nós não aceitamos. Não pode haver tratamento diferenciado para Santa Maria em relação às outras ilhas dos Açores”, afirmou a presidente do Conselho de Ilha, Dulce Resendes.

A porta-voz daquele órgão consultivo falava aos jornalistas após uma reunião de cinco horas com o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), integrada na visita estatutária à ilha.

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Dulce Resendes avisou que o “desenho do transporte marítimo de mercadorias” para Santa Maria “não corresponde às aspirações” da população, criticando os sobrecustos da operação para a ilha.

“Nós, marienses, não podemos estar a pagar mais do que qualquer outro açoriano. Não pode haver açorianos de primeira, nem açorianos de segunda”, sublinhou.

A presidente do Conselho da Ilha defendeu que os marienses “não querem suportar custos em excesso em relação às outras ilhas”, reivindicando uma ligação semanal de abastecimento a Santa Maria.

A responsável pelo organismo disse concordar com a assunção dos sobrecustos por parte das empresas de transporte marítimo, uma solução apresentada pelo Governo Regional, insistindo que o “custo tem de ser igual para todos os Açores”.

Já o presidente do Governo Regional mostrou-se “solidário” com as reivindicações dos conselheiros, mas lembrou que não se trata de medidas impostas por “ato administrativo ou por decreto”.

Bolieiro reconheceu que Santa Maria se encontra “nesta fase penalizada”, prometendo uma “intervenção pedagógica” para encontrar uma solução.

“Vou explorar, em nome do Governo [Regional], o sobrecusto, designadamente na carga contentorizada. Há situações em que há um sobrecusto. É preciso ver, através do diálogo e concertação com os operadores todos, como é que se pode minimizar o problema”.

O líder do executivo dos Açores mostrou-se satisfeito com a reunião “enriquecedora” com o Conselho de Ilha e rejeitou que Santa Maria esteja a ser alvo de um tratamento diferenciado em relação às outras ilhas.

“Não queremos que se possa dizer, até porque isso não corresponde [à verdade] que há tratamento diferenciado sob ponto vista negativo para Santa Maria porque há desinteresse em relação a esses problemas. Há um total empenhamento na solução desses problemas”, vincou Bolieiro.

O Conselho de Ilha é um órgão consultivo composto por representantes políticos e membros de organizações económicas, sindicais e sociais de cada ilha do arquipélago.

 

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