Há muitas ideias territoriais que não passam de interessantes para a ênfase abonativa dos povos… 90 milhões de iranianos, ou os do Afeganistão, os do Iraque, os da Líbia ou os da Síria, sem esquecermos os da palestinianos, da courela sobrante de onde os querem evacuar, enquanto as ingerências democratizantes se acionam por covert actions e spoiling actions, conjugadas com as operações políticas de culto da personalidade, a Trump, como a que assistimos há poucos dias, na declaração do bajulador, reptilíneo, secretário-geral da NATO. Criada ao que parece uma espécie de grooming político na esfera das relações internacionais, não seria despicienda reanalisar a substancial lista de nomes, dramatis personae, associados à felonia. A abrir, na Europa, está assegurado o serviço de opacidade, au pair, pela presidente da CE e a ventriloquia vice protagonizada por Kaja Kallas, a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros nessa matéria, para início do elenco.
Sabemos que nos países alvo das mudanças de regime operada, à razão da política externa norte-americana, deixaram os povos intervencionados sem qualquer voz ou influência, sem qualquer forma de transparência ou escrutínio, tão só a repressão para quem quer que a desafiasse, dentro e fora dos seus territórios. E se bem se lembram, também, o “pacto da fome” e “o despovoamento” foram instrumentos de base científica para Hitler, agora mecanismos usados pelo primeiro-ministro de Israel. De resto as sanções económicas, a “tirania das cifras”, não têm qualquer reengenharia.
Displicentes com a arquitetura, democrática Ocidental de presente ao Médio Oriente, de urdidura belicosa, constatação clausewitziana; [Porque não haveria uma mudança de regime?], no Irão, não seria a primeira vez… Nada original, esta ‘excentricidade’ da tirania europeia, de dispersar famílias, quebrar cadeias, amniótico progresso civilizacional e de reencarnação, futura, em Alexis de Tocqueville, “(…) a condição moral e o estado físico desses povos nunca cessou de piorar, tornando-os simultaneamente mais bárbaros e mais infelizes.”
Mas… a memória pouco acurada, passa ao lado dos factos como quando o aiatola Ali Khamenei e o presidente Mohammed Khatami condenaram o terrorismo sunita da Al-Qaeda, e em Teerão a multitude das vigílias pelas vítimas do ataque de 11 de setembro de 2001, foram clarividentes, mesmo contra as manifestações de aprovação ao atentado, de boa parte do mundo árabe. Bem, as ilações só para quem tem dúvidas e não se antecipa sem pensar nos termos da sublevação democrática.