PUB

O eurodeputado açoriano André Franqueira Rodrigues defendeu esta semana, em Estrasburgo, uma estratégia mais ambiciosa, articulada e simples para o desenvolvimento das zonas rurais da União Europeia, alertando que “sem uma política de desenvolvimento rural reforçada, nenhuma resposta será verdadeiramente eficaz”.

A intervenção ocorreu durante o debate no Parlamento Europeu sobre o relatório relativo ao reforço das zonas rurais através da política de coesão, onde o socialista, que representou o grupo dos Socialistas e Democratas (S&D) nas negociações do documento, sublinhou a importância de se investir urgentemente em serviços públicos, infraestruturas, digitalização e apoio às pequenas e médias empresas.

Franqueira Rodrigues realçou também a necessidade de reforçar o papel das mulheres e dos jovens nas comunidades rurais, defendendo uma “verdadeira estratégia de coesão, descentralizada e ancorada nos territórios, ajustada às suas realidades específicas”, como resposta estruturada ao crescente problema do despovoamento.

PUB

Contra o enfraquecimento do segundo pilar da PAC

Durante a sua intervenção, o eurodeputado açoriano rejeitou com firmeza qualquer tentativa de enfraquecer o segundo pilar da Política Agrícola Comum (PAC), que financia, entre outros, programas de desenvolvimento rural.

“Há quem queira acabar com o segundo pilar da PAC. Aqui dizemos claramente que não! Pelo contrário: deve ser reforçado e articulado com uma política de coesão verdadeiramente descentralizada, como forma de travar o despovoamento e alavancar a capacidade das zonas rurais contribuírem para o nosso crescimento”, afirmou.

Apelo à Comissão Europeia e aos Estados-Membros

Franqueira Rodrigues apelou ainda à Comissão Europeia e aos Estados-Membros para que assumam as suas responsabilidades perante o mundo rural, exigindo que essa ambição esteja refletida no próximo Quadro Financeiro Plurianual.

“É preciso ação e ambição — e essa tem de estar refletida no próximo orçamento europeu. O mundo rural não pode continuar votado ao abandono”, frisou.

137 milhões vivem em zonas rurais na UE

Segundo os dados mais recentes da Eurostat (2023), cerca de 137 milhões de cidadãos da União Europeia — aproximadamente 30% da população — vivem em zonas rurais.

 

PUB