A falta de efetivos na Polícia e a desvalorização da carreira de agente de segurança voltaram a ser temas centrais na reunião entre o SINAPOL – Sindicato Nacional da Polícia e os candidatos do CHEGA pelo círculo eleitoral dos Açores, à luz das próximas eleições legislativas.

Francisco Lima, cabeça-de-lista do CHEGA Açores, apontou a desvalorização da polícia como um problema crescente, destacando que “quando um polícia ganha pouco mais do que o ordenado mínimo, já ninguém quer ser polícia”. O candidato sublinhou que a situação tem vindo a piorar com os sucessivos Governos da República, comprometendo a capacidade de atuação das forças de segurança.

Lima alertou ainda para os graves problemas de segurança nos Açores, em especial no que diz respeito ao tráfico de drogas sintéticas, à falta de policiamento de proximidade e à condição obsoleta das viaturas policiais. “Corremos sérios riscos de fechar esquadras de polícia nos Açores”, afirmou, referindo que a situação se agrava nas ilhas menores, onde a falta de habitação e o alto custo de vida tornam ainda mais difícil atrair e manter efectivos.

O líder do CHEGA nos Açores destacou que, num período de cinco anos, com a reforma de vários agentes, “corremos sérios riscos de ficar sem polícias nos Açores”. Para inverter este cenário, o partido propõe uma série de medidas, incluindo “valorização salarial, a criação de um subsídio de fixação, reforço de efetivos, mais meios e melhores condições nas esquadras, bem como a necessidade de maior apoio nas funções administrativas”. Segundo Lima, a extinção do SEF também terá impacto negativo, com os polícias a assumirem funções que poderiam ser desempenhadas por civis.

Francisco Lima defendeu que o CHEGA será uma “voz incómoda” na Assembleia da República, denunciando a falta de segurança como uma preocupação negligenciada por outros partidos. O candidato enfatizou que, embora as estatísticas apontem para um decréscimo da criminalidade, “esses números estão a camuflar a verdadeira realidade, já que se a polícia não tem meios para sair das esquadras e patrulhar, os crimes não são registados”, concluiu.

 

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