O Presidente do PS/Açores e candidato às eleições legislativas de 18 de maio, Francisco César, alertou esta terça-feira para os impactos negativos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos europeus, com especial destaque para o efeito direto que terão sobre o queijo de São Jorge.
O líder socialista criticou ainda o apoio do partido Chega a estas medidas, que, segundo afirmou, colocam em risco a competitividade dos produtos açorianos.
“Nós sabemos que os Estados Unidos aumentaram as tarifas em relação aos produtos europeus exportados para os Estados Unidos, o que afetará, também, os produtos açorianos, nomeadamente o queijo de São Jorge”, afirmou Francisco César, apontando o que considera ser uma incongruência política do Chega, “que se diz o partido dos agricultores, mas, ao mesmo tempo, apoia as tarifas do Presidente Trump”.
Para o socialista, este aumento tarifário prejudica duplamente os Açores: encarece os produtos regionais nos mercados internacionais e aumenta a concorrência interna. “Todos os produtos concorrentes ao queijo de São Jorge e aos laticínios dos Açores que entram nos Estados Unidos vão ter que procurar outros mercados, e, ao fazê-lo, vão entrar em mercados que são concorrenciais aos nossos produtos”, explicou.
As declarações foram feitas à margem de uma reunião com a União de Cooperativas Agrícolas de Lacticínios de São Jorge, onde Francisco César aproveitou também para criticar outras posições do Chega, nomeadamente a defesa de barreiras à entrada de produtos na União Europeia, uma medida que, no seu entender, “acabaria por prejudicar os lavradores açorianos”, uma vez que “o único produto que iria subir com essas tarifas seriam os combustíveis”.
Além das preocupações com as tarifas, o líder socialista destacou dois riscos adicionais para o setor agrícola: os rateios no programa POSEI, que poderão surgir já no próximo ano, e o sistema de transporte de mercadorias na Região, que considera inadequado para garantir o abastecimento e exportação das ilhas.
“É muito difícil prever quando é que os navios chegam para que as mercadorias possam ser recebidas ou exportadas”, sublinhou Francisco César, defendendo “uma alteração do sistema de transportes de carga e mercadorias em relação ao continente”.
Para o Presidente do PS/Açores, estes são riscos reais que ameaçam “a economia açoriana e, em particular, o setor agrícola”, pelo que defende medidas urgentes e coerentes para a sua proteção e desenvolvimento.