Antes de ir ao assunto da semana, gostaria de desejar a todos uma Feliz Páscoa!
As tarifas e outras imposições dos EUA lançam natural preocupação. O caminho para defender os interesses regionais e nacionais seria acabar com a obediência às imposições dos EUA e da União Europeia. Infelizmente, não tem sido essa a opção dos governos regional e nacional.
Ao contrário das aparências, a realidade vai mostrando que não estamos perante decisões de um louco, ignorante ou precipitado. Trump foi eleito com os enormes contributos financeiros da elite de multimilionários que comanda o seu país. Como sempre acontece com a extrema direita, há uma minoria que Trump defende: os donos das grandes empresas, protegendo bem os seus interesses, à custa dos restantes. Tal como acontece por cá, o investimento dessa elite na extrema direita é bem recompensado – os seus lucros estão sempre bem defendidos.
Perante o seu declínio económico e a perda progressiva de importância internacional, a política dos EUA procura manter o domínio mundial. Trump foi eleito apenas porque é a jogada que melhor serve os seus interesses e o que ficou mais exposto é que a elite que domina a economia e a política dos EUA considera a China como o grande adversário estratégico.
Ficou mais uma vez demonstrado que, para essa elite norte-americana, a União Europeia só faria sentido de acordo com os seus interesses políticos e económicos. Aliás, bastou a ameaça de tarifas para forçar a cedência europeia às exigências de Trump. Fica em causa o interesse nacional e regional, com o risco de agravamento da inflação e de destruição da economia e da nossa já reduzida capacidade produtiva.
A saída não está nas mesmas políticas que abdicaram da nossa soberania, tornando-nos mais dependentes e vulneráveis. A resposta é a substituição de importações por produção própria, o incentivo ao consumo interno, a melhoria dos salários e o apoio às micro, pequenas e médias empresas. As nossas relações políticas e económicas só fazem sentido sendo mutuamente vantajosas e também é isso que estará em causa, quando formos eleger deputados para a Assembleia da República!