O novobanco dos Açores reuniu, esta terça-feira, o seu Conselho Consultivo na sede da instituição, em Ponta Delgada, para apresentar os resultados e indicadores mais relevantes da sua atividade ao longo de 2024, bem como para refletir sobre os desafios e oportunidades que se avizinham.
A reunião centrou-se na evolução positiva dos resultados financeiros da instituição, destacando a rentabilidade alcançada e a solidez do balanço, aspetos fundamentais para a afirmação do banco no mercado regional. Foi ainda efetuado um balanço do projeto de transformação em curso, abordando a estrutura de Recursos Humanos, com particular ênfase na cultura organizacional e nos valores institucionais. No domínio da sua missão, a instituição reiterou o compromisso com a qualidade de atendimento, área na qual se tem vindo a consolidar como uma referência a nível nacional.
Olhando para 2025, o Conselho Consultivo analisou as principais tendências e desafios emergentes, num contexto global de rápidas transformações, que impactam diretamente o perfil dos clientes e as suas necessidades. Durante a sessão, foi apresentada a visão estratégica para o próximo triénio, delineando os eixos fundamentais de evolução do banco.
No âmbito desta iniciativa, teve lugar a palestra “O Mundo de Amanhã”, proferida por Miguel Monjardino, que analisou o atual contexto geopolítico e os seus reflexos nas economias modernas, com especial incidência na Europa, em Portugal e nos Açores. O orador salientou que a instabilidade internacional e o alinhamento estratégico entre os Estados Unidos da América e a Federação Russa podem gerar disfuncionalidades nos sistemas políticos e financeiros globais, com consequências significativas para a economia europeia e nacional.
Miguel Monjardino antecipou uma mudança de paradigma na ordem internacional, destacando um possível reposicionamento geoestratégico dos Estados Unidos, que poderá implicar uma retração no comércio global e uma consequente recessão económica. Sublinhou ainda que os investimentos europeus em setores como a indústria, segurança e defesa poderão não ser suficientes para mitigar estes impactos.
Relativamente a Portugal, o especialista alertou para o desinvestimento na investigação científica, o envelhecimento demográfico e a ausência de uma visão estratégica clara para o posicionamento euro-atlântico do país. No contexto açoriano, destacou a sua localização privilegiada entre a Europa e os Estados Unidos, mas advertiu que, face a uma eventual contração económica e às mudanças estruturais em curso, poderá tornar-se mais desafiante a negociação da Lei de Finanças Regionais, não por intransigência da República, mas por limitações orçamentais e pela falta de uma robusta capacidade política e económica do Estado.
O evento contou com a presença dos membros do Conselho Consultivo, colaboradores do novobanco dos Açores e representantes de outros órgãos sociais da instituição. Esta iniciativa insere-se na estratégia do banco de reforçar o diálogo com a comunidade e de promover a partilha de conhecimento relevante para o desenvolvimento económico e empresarial da região.