O presidente da Assembleia Legislativa dos Açores, Luís Garcia, considerou hoje ser um “erro perigoso” considerar que a democracia é um dado adquirido face às incertezas atuais.
afirmou que se vivem “tempos incertos em que forças antidemocráticas ganham força em várias partes do mundo” e em que “a verdade é constantemente distorcida para manipular sociedades e os direitos conquistados ao longo de décadas são postos em causa”.
O responsável do parlamento dos Açores falava hoje no Museu do Parlamento, na cidade da Horta, ilha do Faial.
“Não podemos ser ingénuos ao ponto de pensar que a democracia é inabalável. É nossa responsabilidade defendê-la”, disse, citado em nota de imprensa.
Perante uma plateia de 35 alunos do 9.º ano da Escola Secundária Manuel de Arriaga, Luís Garcia recordou que há 50 anos “não era possível” estar-se sentado “a falar livremente sobre o que se pensa e a expressar opiniões”, pois a sociedade vivia “com restrições severas e um clima de vigilância que limitava estes direitos fundamentais”.
Essa iniciativa surgiu no âmbito das “Conversas de Abril”, que integram o programa das comemorações do cinquentenário do 25 de Abril de 1974, organizado pela Assembleia Legislativa dos Açores.
A sessão contou com os testemunhos do professor Victor Rui Dores e da engenheira Delfina Porto, que relatou, na primeira pessoa, a realidade vivida na área da educação no período pré-revolução, destacando que “as turmas eram separadas por género e que as mulheres enfrentavam barreiras significativas no acesso ao ensino e ao mercado de trabalho”, por exemplo.