Terminados os folguedos e retiradas as máscaras, voltemos às coisas sérias, ou supostamente sérias, como será o caso da comissão parlamentar de inquérito ao incêndio no hospital de Ponta Delgada.
Já se percebeu ao que vem o maior partido da Oposição. Depois da hesitação, os socialistas parecem conformar-se com a inutilidade da comissão que tardiamente propuseram – brincar com coisas sérias nunca deu bom resultado. Mas, como o intuito é fazer ruído e insinuar a seriedade que escasseia, um pequeno número de circo amador há de bastar para entreter os mais desprevenidos ou sensíveis à arte do engano. Vai daí, a trupe preparou uma extensa lista de perguntas para um questionário indicativo. Sublinho o adjetivo e o facto de a lei dizer que “a comissão de inquérito pode (…) orientar os trabalhos” pelo dito questionário, logo, sem carater obrigatório, e ainda acrescentar que o relatório final do inquérito parlamentar inclui, obrigatoriamente, “o questionário, se o houver”. Portanto, em nada releva para o apuramento dos factos existir ou não um inquérito e este ter 80 perguntas, 200, ou 15. Isso prova a farsa socialista à volta das suas perguntas chumbadas na comissão, segundo a mais elementar regra da democracia: prevalece a vontade expressa pelo voto da maioria. Ou a democracia apenas é virtuosa quando corresponde aos desígnios socialistas?
Relativamente à tragédia que se abateu sobre o HDES, ao PS nunca importou a resolução dos problemas e a saúde dos utentes, mas antes o combate partidário e a contestação ao governo – o caminho fácil e inútil.