As autarquias açorianas vão implementar uma plataforma de gestão urbana que permitirá uma monitorização de vários indicadores em tempo real, um projeto superior a 1,9 milhões de euros financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foi hoje revelado.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA) explicou que o projeto “tem o valor de 1.918.395,77 euros e visa a implementação de uma Plataforma de Gestão Urbana, abrangendo os 19 municípios dos Açores”.
“Esta candidatura teve a anuência das 19 autarquias dos Açores. Há mais de 15 anos que a Associação de Municípios não realizava um projeto envolvendo todos os seus associados”, destacou Alexandre Gaudêncio.
O projeto em causa, agora aprovado, “Açores Digital: uma região inteligente conectada pelos dados” pelo conselho diretivo da AMA (Agência para a Modernização Administrativa), prevê “a criação de uma plataforma com sensores e sistemas verticais que contribuirão para a monitorização de indicadores, em tempo real, apoiando processos de decisão mais eficientes e sustentados em dados”, segundo a AMRAA.
Gestão da frota municipal, fluxos turísticos, resíduos sólidos, consumos de água, monitorização da limpeza das ribeiras, da qualidade do ar, ruído e iluminação pública, gestão de estacionamento e consumos energéticos em edifícios são algumas das plataformas que serão implementadas.
Alexandre Gaudêncio explicou à Lusa que as 19 autarquias açorianas fizeram um levantamento das necessidades, tendo sido identificada “uma lacuna relativamente a procedimentos e ‘softwares’ que visam melhorar administrativamente os serviços autárquicos”, nomeadamente ao nível da gestão do estacionamento e dos resíduos sólidos, mas também ao nível do ruído, monitorização de limpeza de ribeiras, entre outras matérias.
“É uma excelente notícia para colocar os Açores e, em particular, as 19 autarquias açorianas na vanguarda de tecnologia que pode assessorar a decisão política”, sublinhou o autarca da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.
Realçando que se trata de “um financiamento a 100% ao abrigo do PRR”, Alexandre Gaudêncio indicou que a AMRAA vai agora proceder aos trâmites legais de contratação pública, prevendo que “as ferramentas possam estar em funcionamento até março de 2026”.
O presidente da AMRAA sublinhou ainda que a iniciativa promove também “a sustentabilidade ambiental e assegura uma resposta mais eficiente às necessidades da população”.