O líder do PS/Açores sustentou hoje que a construção do hospital modular em Ponta Delgada foi decidida nas 48 horas após o incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) e antes de apuradas as suas consequências.

Francisco César declarou que “foi dito em reunião com a presidente do conselho de administração [do HDES) que ainda antes de apuradas as causas e as consequências do incêndio, ou seja nas primeiras 48 horas, foi decidida a construção do hospital modular”.

O dirigente do maior partido da oposição falava na abertura das jornadas parlamentares do PS, na ilha de São Jorge.

Na altura, o líder socialista referiu que, “apesar de a decisão ter sido tomada, nunca foi justificada” de forma pública, técnica “nem muito menos politicamente”.

O hospital de Ponta Delgada, o maior dos Açores, foi afetado por um incêndio em 04 de maio de 2024, que obrigou à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde nos Açores, na Madeira e no continente.

Segundo o socialista, citando “documentação a que o PS teve acesso” e com base nas “declarações de ex-administradores do hospital [HDES], de engenheiros reputados das infraestruturas”, por exemplo, “ao nível das urgências seria possível, no espaço de 60 dias (18 de junho de 2024) abrir o atendimento ao público nas condições prévias ao incêndio”.

“Estas informações, a par de outras que quantificam, calendarizavam a intervenção do nosso hospital, foram enviadas para a tutela no dia 18 de junho de 2024”, diz o dirigente.

De acordo com Francisco César, a “administração [do HDES) sucessivamente contestou não só o atraso na reabertura do hospital como não concordava com a opção do hospital modular”.

Na quinta-feira, o Chega/Açores requereu o agendamento de um debate de urgência na Assembleia Legislativa, para a sessão de fevereiro, sobre o hospital de Ponta Delgada, alegando que é preciso esclarecer “todas as decisões” tomadas após o incêndio.

No mesmo dia, após o anúncio do Chega/Açores, o PS/Açores disse que iria avançar com uma comissão parlamentar de inquérito devido ao “caos no setor da saúde” e às medidas implementadas pelo Governo Regional após o incêndio no HDES.

Na sexta-feira, o grupo parlamentar do PSD/Açores também requereu ao presidente da Assembleia Legislativa Regional a criação de uma comissão de inquérito para “apuramento das causas” do incêndio no HDES de Ponta Delgada.

PUB