O PCP/Açores alertou hoje para um “grave desequilíbrio social” na região, lamentando que o acréscimo ao salário mínimo continue nos 5% no arquipélago.

Em comunicado, divulgado na sequência de uma reunião da Direção Regional do PCP Açores (DORAA), em Ponta Delgada, para analisar a situação política e social nacional e regional, os comunistas referem que os açorianos “sentem no dia-a-dia o aumento brutal do custo de vida”, exemplificando com os gastos na compra de pão, ovos, carne, entre outros.

Segundo os comunistas, que apresentaram as conclusões da reunião hoje, na cidade da Horta, “só a garrafa de gás aumentou 5,50 euros”.

O PCP/Açores, liderado por Marco Varela, faz ainda alusão à situação dos médicos, que “estão desde janeiro de 2024 sem receber os incentivos prometidos e ponderam abandonar o Serviço Regional de Saúde”.

Por outro lado, acrescentam os comunistas, no setor dos transportes “anunciou-se mais que uma vez a construção de barcos elétricos através do Plano de Recuperação e Resiliência, mas afinal já não há barcos elétricos, porque esse dinheiro será canalizado para o Solenerge [programa que contempla incentivos financeiros para a aquisição de sistemas solares fotovoltaicos na região] e para equipamentos para a saúde”.

“Portanto, se os barcos fossem construídos, o Serviço Regional de Saúde ficaria com menos equipamentos no quadro dos fundos PRR e já não existiriam mais verbas para o Solenerge”, questiona o PCP.

Relativamente à política salarial, os comunistas condenam “os anúncios pomposos” que “não correspondem às necessidades”, salientando que “aumentou a remuneração complementar em 2,53 euros, e quem recebe 25% desta remuneração irá ter um aumento de 0,63€ euros”.

Além disso, referem, o acréscimo ao salário mínimo nacional “mantém-se nos 5%, com consequências gravosas na perda do poder de compra, num quadro em que as dificuldades sentidas pelas pessoas são enormes”.

“Para dar um só exemplo, no último ano, em São Miguel, arrendar casa ficou mais caro em 14% relativamente ao ano anterior, enquanto o preço de venda das casas aumentou em 22% na região”, indicam os comunistas.

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