O sindicato que representa os trabalhadores da transportadora Atlânticoline, que opera ligações marítimas nos Açores, convocou uma nova greve de 07 de janeiro a 07 de fevereiro, por violação de acordo, disse à Lusa fonte sindical.

O dirigente Clarimundo Batista do Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas disse à Lusa que a administração da operadora de transporte marítimo dos Açores “furou o que estava estabelecido em sede de conciliação” na sequência do acordo alcançado entre ambas as partes.

A Atlânticoline assegura, entre outras rotas, as ligações entre as denominadas ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge).

O responsável do sindicato nos Açores afirma que a empresa “partiu para a negociação individual sem conhecimento do sindicato”, convocando para 09 de dezembro, “por via telemóvel, uma reunião para 12 de dezembro”, pretendendo-se “comprar horas de trabalho, sendo que o Código de Trabalho já estabelece 200 horas”.

“Nunca nos entendemos sobre esta matéria, e como não nos entendemos, o que está estabelecido são 200 horas de trabalho. Eles queriam comprar mais 270 horas, para ficar 470 horas por 304 euros. Isto não é admissível”, refere o sindicalista, que salvaguarda que “ainda há pouco tempo esta cláusula valia três mil euros”.

Clarimundo Batista diz que “enquanto esta administração não perceber que tem de negociar e pagar o que é devido, o sindicato não vai abdicar [das suas revindicações], podendo levar até um ano” em luta.

A 12 de julho, a greve convocada pelo sindicato que representa os maquinistas da Atlanticoline, com início previsto para 20 de julho, foi desconvocada após um acordo alcançado com a empresa sobre as horas extraordinárias, informou, na altura, o sindicato.

Clarimundo Batista disse à agência Lusa, na altura, que “as partes entenderam-se”, na sequência de uma reunião ocorrida na quinta-feira, relativamente ao trabalho extraordinário.

A Atlânticoline transporta anualmente quase meio milhão de passageiros e cerca de 30 mil viaturas, sobretudo entre as ilhas do Triângulo, onde opera todo o ano, com recurso a quatro unidades – dois navios e dois ‘ferries’.

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