Uma petição com mais de 270 assinaturas alerta que o porto de recreio das Lajes das Flores, nos Açores, não tem “condições decentes” para operação marítimo-turística, reivindicando a instalação de pontões flutuantes, foi hoje anunciado.

A petição, cujo primeiro subscritor é o presidente do Clube Naval de Lajes das Flores, Jorge Ventura, apela ao Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) para que tome as “medidas necessárias para instalar o quanto antes pontões flutuantes no Núcleo de Recreio das Lajes das Flores, para que as atividades náuticas recreativas, desportivas e profissionais não tenham que estar em suspenso e sem condições até 2028”.

Os autores do documento, subscrito por 275 pessoas até ao momento, lembram que o porto da ilha foi devastado pelo furacão Lorenzo em outubro de 2019, tendo os pontões flutuantes ficado destruídos. A reconstrução total do porto está prevista terminar em 2028.

“Como não havia estrutura nenhuma afeta à marina além dos pontões flutuantes, só estes foram destruídos, logo, substituindo os pontões e limpando o fundo, a marina estaria operacional”, advogam.

Contudo, segundo dizem, o Governo Regional “decidiu encarar a obra do porto como um todo, nem sequer tendo contemplado a hipótese de voltar a ter a marina a funcionar muito antes da conclusão do molhe principal e dos diferentes cais” da infraestrutura.

Para os peticionários, “não se tratam de grandes obras de engenharia”, sendo apenas necessário “substituir pontões que alegadamente até já foram pagos pelos seguros acionados aquando do desastre”.

“Todos reconhecemos a importância do turismo e o crescimento do mercado, mas este ano, nas Lajes, há quatro embarcações marítimo-turísticas que investiram para ter essa licença e que trazem valor à ilha, mas nenhuma tem condições decentes de amarrar e embarcar e desembarcar os passageiros”, avisam.

A petição defende que “é possível resolver o problema do núcleo de recreio com um investimento mínimo e sem o fazer depender da conclusão das restantes obras do porto” comercial das Lajes.

Na petição, lê-se que, antes de 2019, as Lajes (concelho com cerca de 1.408 habitantes) chegaram a receber 300 veleiros por ano, que dinamizavam a economia local.

“Passaram-se mais de três anos e a [empresa pública] Portos dos Açores e a Secretaria Regional [das Infraestruturas] não têm nada a dizer à ilha das Flores sobre o porto de recreio a não ser que está incluído num projeto em curso cuja conclusão está prevista para 2028”, criticam.

Em outubro de 2019, o furacão ‘Lorenzo’ destruiu o molhe do porto das Flores, o único porto comercial da ilha, que voltou a ser afetado, em dezembro de 2022, devido à passagem da tempestade Efrain.

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