A frase é conhecida, mas inevitavelmente tem de ser repetida: não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão. Francisco César desperdiçou a ocasião, adotando o modo de guerrilha para todos os embates, incluindo os que exigem recato na estratégia e diplomacia na negociação. Era o caso do Plano e Orçamento dos Açores e também do Orçamento do Estado, sobretudo nas propostas com impacto direto na Região.
Atropelou-se no primeiro ato, dizendo que o Orçamento do Estado era mau para os Açores, para logo depois se abster, sujeitando o seu voto à vontade de Pedro Nuno Santos. E nunca mais acertou o passo.
Confrontado com um aumento de 75 milhões de euros da República para os Açores, construiu a narrativa do resgate financeiro, que se revelou um autêntico parricídio político, fazendo-nos recuar às manigâncias políticas e orçamentais de 2012.
Durante duas semanas, em coro, a trupe jurou ter feito propostas, que não passavam de ideias, só efetivadas num sábado à noite, “previamente” (!), a escassas horas do debate parlamentar.
Nesta estratégia de carrocel o discurso titubeou, pobrezinho, incoerente: a Região falida e os socialistas a exigir mais despesa. Feitas as contas, as ideias importavam em 10,2 milhões de euros, sem contar com os outros encargos que resultariam do seu voto favorável a medidas vindas do parceiro Bloco de Esquerda.
Antes do epílogo, chegou a surpresa (para os deputados socialistas regionais): o voto contra, decidido, anunciado e mandado de Lisboa, atropelando e desqualificando os camaras locais. Elucidativo. E promissor.