O central Luís Rocha, que esteve em destaque na vitória do Santa Clara frente ao Sporting, considerou hoje que o “segredo” dos açorianos foi o “grande espírito do grupo” e reconheceu que defrontar Gyökeres foi uma “grande motivação”.

“O segredo +e uma equipa muito forte, unida, com muita entreajuda, com grande grupo de homens com caráter. Claro que isso tem de estar interligado com a qualidade dos jogadores, mas acho que mais do que a qualidade e a estratégia tática – que é importante -, tem de haver um grande espírito de grupo”, afirmou à agência Lusa o jogador.

Luís Rocha foi uma das figuras do triunfo do Santa Clara em Alvalade, por 1-0, que retirou, à 12.ª jornada, os primeiros pontos ao Sporting na edição 2024/25 da I Liga de futebol, depois de 11 vitórias nos primeiros 11 jogos.

O experiente defesa de 38 anos admite que estava “entusiasmado” por enfrentar o avançado ‘leonino’ Gyökeres, que esta temporada soma 33 golos em 27 jogos e é, a nível mundial, o melhor marcador do ano, com 59 golos, em 57 jogos.

“O meu nível de concentração, se calhar, também foi outro, não vou dizer que não. Foi uma grande motivação. Foi muito satisfatório enfrentar um avançado deste nível e mais ainda poder fazer com que não fizesse golos, mas o mérito é para repartir por toda a equipa”, explicou.

No final, garante, mais importante do que evitar que o avançado sueco fizesse o ‘gosto ao pé’, foram os três pontos conquistados pelo conjunto açoriano.

“Durante o jogo ele esteve sempre muito perto de mim. Eu estava a central no meio e ele andava no centro. Houve muitos duelos físicos, principalmente. Claro que fiquei satisfeito com a minha exibição, mas mais importante do que isso foi ganhar os três pontos”, asseverou.

Com a vitória, o Santa Clara, recém-promovido à I Liga, chega aos 24 pontos, mais dois do que alcançou em todo o campeonato de 2022/23 (aquando da última prestação na primeira divisão), estando em quarto lugar, apenas atrás dos designados três ‘grandes’ e imediatamente à frente do Sporting de Braga.

“Não ganhámos nada. Está a ser fantástico e muito bom, não podemos esconder. O que podem esperar do Santa Clara é um grupo unido, que vai para os jogos para tentar vencer e para tentar ser melhor do que no jogo anterior”, prometeu à Lusa.

Além do Santa Clara na época transata, Luís Rocha conquistou cinco subidas de divisão nas últimas seis temporadas, ao serviço de Famalicão (2018/19), Farense (2019/20), Desportivo de Chaves (2021/22) e Moreirense (2022/23).

O defesa central, formado no Vitória de Guimarães, diz sentir um “grande orgulho” pela sua carreira, marcada por uma “subida a pulso”, com passagens por clubes como o Torcatense, Oliveirense, Mirandela, Merelinense, Lousada, Vizela, Sporting da Covilhã, Freamunde, Feirense ou Dinamo Minsk (Bielorrússia).

“Se calhar, as pessoas já me viam como um jogador que não serve para a I Liga. Mas, mais do que isso, é provar a mim mesmo. Não quero provar nada a ninguém. Quero provar a mim mesmo que com paixão, espírito de sacrifício e vontade de triunfar, é possível”, sublinhou.

Para assegurar a longevidade nos relvados, Luís Rocha afirma que é preciso “treinar muito mais forte” do que outros e ter uma “paixão enorme” em “ir treinar, estar no balneário e desfrutar do futebol”.

“Nunca imaginaria chegar à I Liga e ganhar o que ganhei até aqui, mas ambicionava e tentava fazer as coisas bem feitas. Que a minha carreira sirva para jovens que estão a começar ou para quem tem 25 ou 30 anos. Ainda podem conquistar tanta coisa. É preciso acreditar. O sucesso é uma consequência do trabalho diário, do acreditar e de muito sacrifício”, finalizou.

 

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