O Conselho de ilha da Terceira, nos Açores, manifestou hoje “surpresa e preocupação” com a decisão do Governo Regional em manter encerrada a estrada entre Raminho e Serreta e pediu urgência na conclusão das obras em falta.

A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas informou em 21 de novembro que a estrada que está encerrada desde janeiro na ilha Terceira, nos Açores, devido a uma derrocada provocada por um sismo, vai continuar fechada por tempo indeterminado, porque exige uma intervenção mais robusta.

Hoje, em comunicado, a Mesa do Conselho de ilha da Terceira expressa “a sua surpresa e preocupação” com a notícia de que continuará encerrada à circulação por tempo indeterminado.

“O Conselho de ilha lamenta em absoluto a posição manifestada pela Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, entendendo que a mesma põe seriamente em causa a segurança dos habitantes da zona norte da ilha, ainda para mais quando está em curso, desde 2022, uma crise sismovulcânica na Terceira”, é referido na nota.

No entendimento do Conselho de ilha, a reabertura deve ser uma “prioridade absoluta do Governo Regional dos Açores” e, por isso, apela a que a estrada mereça redobrada atenção política e, assim, se garanta a conclusão dos trabalhos em falta.

“A Secretaria Regional competente não se pode escudar em aspetos técnicos para protelar as obras, nem pode querer que a estrada alternativa passe a ser a estrada principal apenas por ser a opção mais fácil e barata, prejudicando gravemente a mobilidade das pessoas”, lê-se na nota.

Para o Conselho de ilha, “não é admissível que o assunto caía em esquecimento como parece ser intenção da Secretaria Regional, o que não zela de todo pelo interesse da população”.

“O Conselho de ilha da Terceira não quer acreditar que esta situação seja uma mera ação de guerrilha política apenas e só porque a Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas foi instada, pelas forças vivas da ilha Terceira, a fazer a obra”, é referido.

O Conselho reitera ainda que, em caso de catástrofe natural, aquela estrada será a única via de escape disponível para as populações das freguesias do lado poente da ilha Terceira.

“Assim, a nossa posição assume-me como um alerta claro e público sobre a situação. Posição que é agora reforçada depois de, no parecer do Conselho de ilha sobre o Plano e Orçamento Regional para 2025, já termos deixado bem patente a nossa preocupação e anseio sobre este assunto”, acrescenta o Conselho.

Desde 14 de janeiro que a estrada principal entre as freguesias da Serreta e Raminho, no concelho de Angra do Heroísmo, está encerrada, devido a uma derrocada provocada por um sismo de 4,5 na escala de Richter, inserido na crise sismovulcânica em curso na ilha Terceira desde junho de 2022.

O Governo Regional lançou, em 26 de julho, o concurso para a conceção e construção da reabilitação do talude, que apresenta “sinais de instabilidade”, por um valor base de quatro milhões de euros.

Entretanto, o executivo adjudicou uma empreitada de desmatação e desmonte de rochas em talude, por cerca de 363 mil euros, que se iniciou no dia 04 de setembro, por um período de 45 dias.

A obra já devia estar concluída, mas o troço continua fechado à circulação de automóveis.

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