O deputado açoriano André Franqueira Rodrigues participou como keynote speaker numa conferência organizada pelo European Bureau for Conservation and Development (EBCD), em parceria com o Comité Económico e Social Europeu e patrocinada pela Xunta de Galicia. O evento reuniu legisladores, representantes da indústria, investigadores e especialistas para discutir o papel da aquicultura no apoio à segurança alimentar da União Europeia, à resiliência económica e aos objetivos de sustentabilidade.
“A aquicultura pode desempenhar um papel vital na redução da dependência europeia de importações, garantindo uma fonte alimentar segura e sustentável e promovendo o desenvolvimento regional”, afirmou o coordenador dos socialistas na Comissão das Pescas do Parlamento Europeu. Destacou ainda o crescimento significativo do setor, que atualmente gera mais de 74.000 empregos na UE, mas cuja produção representa apenas 1,5% da produção mundial e está concentrada em poucos Estados-membros.
“Os dados são claros”, reforçou André Franqueira Rodrigues. “A oportunidade para o crescimento do setor na UE está à nossa frente. Ao criarmos condições favoráveis, podemos colocar mais peixe nas mesas dos europeus, reduzir nossa dependência de importações e apoiar as comunidades costeiras.”
O deputado relembrou o alinhamento da aquicultura sustentável com o Pacto Ecológico Europeu e a Estratégia “Do Prado ao Prato”, e mencionou os desafios apontados num estudo recente da Comissão das Pescas, como o aumento dos custos, a competição pelo espaço marítimo e as mudanças climáticas.
Entre as prioridades para impulsionar o setor, Rodrigues defendeu a simplificação dos processos regulatórios, o acesso ao mercado e a inovação sustentável. “Procedimentos de licenciamento complexos, regulamentações imprevisíveis e a limitada consciencialização do consumidor continuam a ser obstáculos ao investimento e à expansão do setor. É necessário melhorar os sistemas de rastreabilidade e apostar em campanhas de marketing que promovam os produtos de aquicultura da UE para aumentar a confiança do consumidor”, acrescentou.
“Além disso, é essencial expandir a produção para mais regiões e diversificar as espécies cultivadas, aumentando a diversidade e a procura no mercado”, concluiu.