Ribeira Grande confiante na candidatura da Procissão dos Terceiros a Património Imaterial

A Câmara Municipal da Ribeira Grande, nos Açores, está confiante na inscrição da Procissão dos Terceiros, com mais de 300 anos, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, cuja candidatura é hoje apresentada.

“Achamos que estão reunidos uma série de fatores que permitirão o sucesso desta candidatura. A procissão está muito ligada ao franciscanismo e ocorre no tempo da Quaresma e é uma das duas grandes procissões quaresmais da Ribeira Grande”, afirmou o vereador da Cultura da Câmara Municipal da Ribeira Grande, José António Garcia, em declarações à agência Lusa.

A celebração acontece desde 1664 no primeiro Domingo da Quaresma e a sua organização integra os estatutos da Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, segundo informação do sítio Igreja Açores.

O cortejo saí da antiga igreja do Convento dos Franciscanos, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel, que é atualmente o Museu Vivo do Franciscanismo.

“Integra dez andores, com os tradicionais `santos de vestir´, carregados por homens e mulheres, sendo o andor do Senhor Santo Cristo dos Terceiros precedido de cinco penitentes encapuzados – transportando a caveira, as cinzas, o lenho, a lanterna e a corda da flagelação – o que só acontece nesta procissão e na que é promovida em Mafra pelo Convento”, segundo é descrito no sítio Igreja Açores.

O processo de candidatura envolve o município, a Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande e a Universidade dos Açores, apoiados por técnicos da direção regional da Cultura.

O vereador da Cultura da autarquia da Ribeira Grande sublinhou a importância da procissão do ponto de vista histórico, considerando que importa preservar e incrementar a sua divulgação, sobretudo junto das camadas mais jovens.

“Há uma faixa da população que ainda preserva muito esta memória. E, desta forma, podemos de maneira organizada e fundamentada, passar essa informação aos mais novos para que eles possam descobrir a importância e a riqueza cultural que está por detrás da procissão”, realçou José António Garcia, insistindo que está em causa “uma tradição muito forte da Ribeira Grande”.

A procissão, acrescentou, “não se realiza noutro lugar em São Miguel que não seja na Ribeira Grande”.

José António Garcia assinalou ainda que o cortejo integra “a imagem do Senhor amarrado à coluna e uma série de imagens que relatam ou se referem a vários momentos da vida de São Francisco de Assis”.

A grande justificação da candidatura “está em todo o legado e toda a tradição franciscana e, por outro lado, na grande adesão da população da Ribeira Grande e da ilha de São Miguel a essa tradição”, reforçou.

Além disso, acrescentou o vereador da autarquia da costa Norte de São Miguel, “foi também nesta igreja e ligada a esta imagem do Senhor marrado à coluna que madre Teresa D’Anunciada iniciou a sua devoção ao Senhor Santo Cristo que depois viria a continuar no Convento da Esperança”.

A apresentação pública do processo de candidatura da Procissão dos Terceiros da Ribeira Grande ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial decorre hoje, pelas 20:00 locais (21:00 em Lisboa) no Museu Vivo do Franciscanismo.

 

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