A Federação Agrícola dos Açores (FAA) defendeu hoje a inscrição de 78 milhões para o setor no Plano e Orçamento da região para 2025, reivindicando um reforço de 10 milhões face aos documentos em vigor.

“Claramente e de forma objetiva, entendemos que o Plano para a agricultura tem de ter um aumento na ordem dos 10 milhões, equivalente a 15%. Com razões objetivas. Nós todos sabemos as dificuldades e as necessidades que o setor tem”, declarou Jorge Rita aos jornalistas.

O líder da FAA falava na sede da Presidência do Governo Regional, em Ponta Delgada, após uma reunião com o líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), que está a ouvir os partidos e organizações a propósito do Orçamento da região para 2025.

O dirigente justificou a revindicação com os “problemas da seca” e com a necessidade de investir na requalificação das infraestruturas, como os caminhos agrícolas.

“Não estamos a pedir algo em que não estejam identificadas as necessidades”, insistiu.

Jorge Rita adiantou que a intenção da FAA em alocar 78 milhões de euros para o setor no Orçamento para 2025 foi “acolhida com sentido de responsabilidade” pelo Governo dos Açores.

O líder dos agricultores açorianos defendeu o fim do endividamento zero, que vigora no atual Orçamento e que foi aplicado nos anteriores, considerando que a política “não faz sentido”.

“A questão do endividamento zero na região deverá terminar o mais rapidamente possível, porque a situação da forma que está, com necessidades imperiosas que o governo tem ao nível de muitos investimentos que precisa de fazer e de cumprir com as suas obrigações com a economia da região”, alertou.

O presidente da FAA aproveitou a ocasião para voltar a apelar à inclusão dos agricultores açorianos nos apoios nacionais criados devido ao aumento dos custos de produção, lembrando a promessa de Luís Montenegro.

“Na discriminação agricultores açorianos, o primeiro-ministro atual comprometeu-se publicamente e comigo presencialmente, mais do que uma vez, a resolver esta situação. Estamos a chegar a setembro. Era importante que pelo menos até final de setembro a o apoio ao gasóleo dado a nível nacional se refletisse nos agricultores dos Açores”, reforçou.

O Plano e o Orçamento dos Açores para 2025 vão ser discutidos e votados na Assembleia Regional em novembro.

O executivo saído das eleições legislativa antecipadas de 04 de fevereiro governa a região sem maioria absoluta no parlamento açoriano e, por isso, necessita do apoio de outro partido ou partidos com assento parlamentar para aprovar as suas propostas.

No sufrágio de fevereiro, PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados, ficando a três da maioria absoluta. O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido do Chega, com cinco. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.

 

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