O PCP/Açores defendeu hoje a monitorização, nas diferentes ilhas, das bacias de captação de água e a sua eventual ampliação na sequência das temperaturas mais elevadas registadas no arquipélago.
Em nota de imprensa, os comunistas preconizam que “se atualizem os dados relativos à sua capacidade, ampliando o que for necessário ampliar”.
“Deve ser feito o levantamento das insuficiências, e avaliada a necessidade de construção de mais bacias de retenção. Isto implica que se elabore um plano e calendário a curto e médio prazo para a sua construção, dando prioridade às situações mais dramáticas”, refere o PCP.
De acordo com a força política, que não tem representação parlamentar no arquipélago, as alterações climatéricas “não são de hoje, assim como os sinais de falta de água na região”.
“Há anos que se fala disto nas diversas ilhas, com uma expressão maior nalgumas delas, pois cada uma tem características próprias, entre as quais capacidade diferente de captação de água”, diz a estrutura.
Para os comunistas, poderá “dizer-se que este ano tem sido atípico, e que as temperaturas elevadas registadas não são comuns na região”, o que “é um facto, mas o que a vida demonstra é que a inércia e a falta de planificação não ajudam nem combatem ou menorizam as perdas que o setor agrícola poderá vir a ter”.
Este problema, indicam, vem juntar-se ao às dificuldades com “o preço dos combustíveis, o aumento dos fatores de produção, a diminuição do preço do leite pago ao produtor em diversas ilhas, o péssimo estado dos caminhos agrícolas, as pragas, como o escaravelho japonês, que não foram devidamente combatidas mediante a colocação de armadilhas em todas as ilhas”.
“Os apoios e incentivos à diversificação da agricultura, às produções frutícolas e hortícolas e à apicultura mantêm-se no estado de promessas adiadas, e mesmo os apoios definidos e atribuídos tardam em chegar aos agricultores. Mantém-se o estrangulamento ao escoamento de produtos por falta de transportes em algumas ilhas”, acentua o PCP.
No seu entendimento, são precisas medidas concretas e no imediato – e serão, inclusive, tardias, podendo até “não vir a minimizar os prejuízos que os agricultores vão ter de enfrentar”.
Os Açores estiveram este mês vários dias sob aviso meteorológico amarelo (o menos grave de uma escala de três) devido ao tempo quente, com temperaturas máximas de 29 e 30 graus Celsius e mínimas entre 21 e 23 graus, pouco habituais nas nove ilhas.
Esta semana, a Federação de Bombeiros da Região Autónoma dos Açores pediu aos residentes no arquipélago “o máximo de prudência na realização de queimadas” devido ao risco de incêndios rurais, que não são comuns no território.