O deputado socialista José Ávila acusou hoje o Governo dos Açores de “fazer promessas” sobre a construção de um entreposto frigorífico na ilha Graciosa e agora recuar na intenção, prejudicando pescadores e armadores que já tinham feito “avultados investimentos”.
Em comunicado, o PS/Açores recorda que em 08 de setembro o anterior secretário regional do Mar e Pescas, Manuel São João, numa deslocação à ilha Graciosa, anunciou a “tomada de posse de um terreno com cerca de 15 mil metros quadrados, adquirido pela Lotaçor, junto ao Porto de Pescas, na Praia, para a construção de um entreposto frigorífico”.
Na altura, lembram os socialistas, a decisão foi justificada com “o facto de a Graciosa ser a única ilha que não dispunha de uma estrutura do género”.
Já em 23 de julho, dia em que o Governo Regional reuniu com o Conselho de Ilha da Graciosa, no âmbito da sua visita estatutária, os habitantes da ilha “foram surpreendidos, sobretudo os pescadores que já contavam com aquela estrutura nos seus investimentos, com a informação de que o atual secretário regional do Mar e Pescas, Mário Rui Pinho, que na passada legislatura foi diretor regional de Políticas Marítimas, não concorda com a construção daquela infraestrutura e que esta seria cancelada”, acrescenta o PS/Açores.
Citado na nota, o deputado socialista José Ávila, eleito pela ilha Graciosa, questiona o executivo açoriano sobre o “recuo no investimento do entreposto frigorífico da Graciosa”, pedindo esclarecimentos sobre o facto de um “investimento assumido e decidido há 11 meses” pelo Governo Regional, “agora, surpreendentemente já não serve a Graciosa e não é para avançar”.
Criticando o Governo Regional por “fazer promessas e criar expectativas nos graciosenses, apenas para as deixar cair após as eleições”, José Ávila diz que o recuo prejudica “muitos pescadores e armadores graciosenses, que fizeram nalguns casos avultados investimentos, a contar com a construção do entreposto frigorífico”.
O deputado socialista recorda ainda que o anterior secretário regional do Mar e Pescas indicou que o edifício existente no local “serviria também para a Escola do Mar dos Açores realizar cursos de formação na Graciosa, nomeadamente na vertente mecânica marítima”, outra promessa que “nunca se veio a concretizar”.