O presidente da Federação Agrícola dos Açores reivindicou hoje “um preço justo” para o leite pago aos produtores no arquipélago , considerando que “é uma injustiça tremenda” o valor do litro não estar acima dos 50 cêntimos.
“Toda a gente sabe o que custa produzir cada litro de leite e é uma injustiça tremenda o leite nos Açores não estar para cima de 50 cêntimos por cada litro”, afirmou Jorge Rita, em declarações aos jornalistas.
Jorge Rita, que é também presidente da Associação Agrícola da Ilha de São Miguel, falava à margem da apresentação do festival ‘AZores Beef Fest’, referindo que as ilhas Terceira e Graciosa são as mais penalizadas, situação que considerou “extremamente desagradável para quem produz leite lá”.
“É lamentável que o pagamento do preço de leite ao produtor na Graciosa e Terceira tenha um diferencial para cima de três cêntimos em relação a São Miguel”, apontou.
Segundo Jorge Rita, “três indústrias em São Miguel anunciaram, e bem, a subida do preço do leite, a partir de agosto” e, “embora não vá ao encontro das pretensões dos produtores”, é “uma subida, o que é sempre positiva”.
“A Unileite anunciou hoje, a Prolato já tinha anunciado e a Insulac também já tinha anunciado e, obviamente, que a Bel também seguirá o mesmo caminho. Isso são sinais positivos. Mas, é lamentável que na Terceira e Graciosa, duas ilhas que estão ligadas à Lactogal, uma grande indústria nacional que tem 51% da indústria da ilha Terceira e Graciosa, os valores sejam inferiores”, disse.
Lamentando “profundamente a falta de solidariedade da industria nacional” para com as congéneres colocadas na região, o responsável defendeu, por outro lado, que “o Governo Regional tem que impor como condição, também na aprovação dos projetos destas industrias, que a matéria-prima seja paga de forma justa”.
O aumento do preço dos combustíveis foi outra das preocupações deixadas pelo dirigente associativo, alertando para a subida de quatro cêntimos, a partir de agosto, “numa altura em que os agricultores mais consomem combustível”, o que representa “também uma machadada nos agricultores”.
Jorge Rita deixou ainda como “grande preocupação” a “subida brutal nos custos dos agricultores”, devido às taxas de juro.