O CDS-PP, partido que integra o Governo dos Açores, criticou hoje o fecho extemporâneo das lojas do grupo SATA nos centros urbanos para concentrar o atendimento nos aeroportos, medida tomada pela nova administração da companhia regional.

“Defendemos uma boa gestão da empresa, mas essa boa gestão não pode passar por medidas extemporâneas como esta. Estamos em plena época alta e não queremos crer que a prioridade da SATA seja o encerramento dos balcões de venda”, afirmou a líder parlamentar do CDS-PP/Açores, citada em comunicado.

Catarina Cabeceiras alertou que os “balcões de venda da SATA prestam um serviço de proximidade às populações”, sobretudo no caso das pessoas “mais idosas e dos utentes das ilhas sem hospital quando estes têm de se deslocar por motivos de saúde”.

A SATA anunciou hoje que vai reorganizar, a partir de 01 de agosto, o seu modelo de atendimento, concentrando os serviços de venda de bilhetes, reservas e informações nos balcões do aeroporto e atendimento telefónico, em vez das lojas.

Trata-se de uma medida da nova administração liderada por Rui Coutinho, que a 28 junho foi escolhido pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) para liderar a companhia aérea.

O CDS-PP quer explicações sobre o encerramento dos balcões da SATA nas zonas urbanas, exigindo “esclarecimentos públicos sobre o porquê desta decisão ter sido tomada apressadamente”, uma vez que o fecho das lojas vai acontecer até ao final deste mês.

“Esta recente e repentina decisão foi tomada sem que os aeroportos estivessem preparados com balcões destinados a esse serviço”, avisam os centristas.

Também hoje, o presidente da Câmara da Horta, o social-democrata Carlos Ferreira, disse ser “totalmente contra o encerramento do balcão da SATA na cidade da Horta” por entender ser uma medida “prejudicial aos interesses dos habitantes da ilha do Faial”.

“É difícil de compreender a medida adotada enquanto ato de gestão, pois a companhia aérea regional beneficia naquele local de uma acentuada relação de proximidade com a população, com vantagens inequívocas ao nível da faturação”, afirmou o autarca do único concelho da ilha do Faial, citado numa publicação na rede social Facebook.

A SATA justificou, em nota de imprensa, que a reorganização está inserida “num plano mais abrangente” para “assegurar a sustentabilidade da empresa a médio e longo prazo”.

Já a 05 julho, quando foi ouvido na Assembleia Regional, o novo presidente da SATA, Rui Coutinho, disser querer “ganhar eficiências e maximizar os recursos humanos e materiais na companhia”, o que “neste momento não é feito”, bem como promover vendas a bordo, cobrar por bagagem adicional e encerrar lojas, transitando o pessoal para os aeroportos, para apoiar os passageiros.

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