Joana Marques Vidal

O parlamento dos Açores aprovou hoje por unanimidade um voto de pesar pela morte da ex-procuradora-geral da República Joana Marques Vidal, considerando que teve um “percurso notável” e “uma carreira brilhante” no Ministério Público.

O presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Luís Garcia, que fez a leitura do voto de pesar, subscrito por todos os líderes parlamentares, afirmou que Joana Marques Vidal teve “um percurso notável e por todos reconhecido”.

“Enfrentou questões complexas como a corrupção, a criminalidade organizada e o tráfico de droga, implementou um conjunto de reformas e melhorou a eficácia do Ministério Público, com o intuito de promover uma atuação transparente, acessível e responsável”, referiu.

Segundo o documento, a ex-procuradora-geral da República “foi um exemplo de liderança, equilíbrio entre vida pessoal e profissional”, teve “uma carreira brilhante no Ministério Público” e “o seu compromisso cívico e integridade inabalável, inspiraram a Justiça em Portugal”.

“Joana Marques Vidal foi uma líder inovadora. O seu serviço à Justiça Portuguesa, marcado por uma dedicação incomparável e uma abordagem assertiva e transparente na resolução de problemas institucionais, continuará a influenciar o sistema judicial português e todos [os] que trabalham na área em Portugal”, lê-se.

Joana Marques Vidal exerceu em 2004 funções como Auditora Jurídica do Representante da República para a Região Autónoma dos Açores e, em acumulação, do Ministério Público no Tribunal de Contas, Secção Regional Açores, assim como coordenadora do Ministério Público na Jurisdição de Família e Menores do arquipélago, tendo deixado na região “um legado incontornável de compromisso para com a Justiça”.

A ex-procuradora-geral da República Joana Marques Vidal morreu na terça-feira, aos 68 anos, no Hospital de São João, no Porto, depois de ter estado várias semanas internada em coma.

Joana Marques Vidal foi a primeira mulher a liderar a Procuradoria-Geral da República (PGR), exercendo o cargo entre 2012 e 2018 e sendo sucedida por Lucília Gago.

Foi nomeada para a PGR em outubro de 2012 pelo então Presidente da República Cavaco Silva, ocupando o cargo detido até então por Pinto Monteiro.

Natural de Coimbra, onde nasceu em 1955, Joana Marques Vidal licenciou-se em Direito em 1978 e entrou no ano seguinte para a magistratura do Ministério Público.

 

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