O cabeça de lista da AD às eleições europeias admitiu domingo à noite que, em democracia, “ganha-se e perde-se por um voto” e que lhe faltaram cerca de 0,8% de votos para ficar à frente da adversária socialista Marta Temido.
“Foram cerca de 0,8% mais do que a AD. Alguém até poderia dizer que foi mesmo por poucochinho”, disse Sebastião Bugalho, ao intervir depois de serem conhecidos os resultados provisórios das eleições europeias, numa alusão a palavras do socialista António Costa nas europeias de há dez anos, quando era secretário-geral do PS António José Seguro.
Sebastião Bugalho disse que, no mesmo espírito de cultura democrática que considera ter definido a candidatura da AD, felicitou Marta Temido “de viva voz”.
Depois das intervenções, a noite terminou com os presentes a cantarem o hino e a abanarem as bandeiras da coligação em tom festivo.
O candidato independente dirigiu a sua primeira palavra aos portugueses, congratulando-os pelo aumento na participação “num ano tão determinante para o futuro da Europa”.
Mostrou-se também satisfeito por a AD ter conseguido cumprir “um conjunto de objetivos predeterminados”, como manter a delegação no Parlamento Europeu.
“Continuaremos com sete eurodeputados, enquanto que os nossos adversários perderam eurodeputados e essa é uma diferença que não é de somenos”, frisou.
Durante a campanha, o candidato de 28 anos tinha dito que gostaria de obter mais um ponto do que a sua idade e também isso foi conseguido.
“Acabei com mais três pontos do que a minha idade. Portanto, não o nosso adversário mais direto, mas o nosso concorrente da nossa área política tinha mesmo razão, estou mesmo precocemente envelhecido”, gracejou.
Como, comparativamente às últimas eleições europeias, a AD conseguiu “um aumento de mais de 20% da votação”, Sebastião Bugalho considerou que “este não é o dia de uma derrota para a AD”, que está “de cabeça erguida” e com orgulho no trabalho feito.
“Os nossos 31% não caíram do céu, deram trabalho, foram feitos de Norte a Sul do país, com as regiões autónomas”, sublinhou, lembrando que a AD percorreu mais de nove mil quilómetros para dar a conhecer as suas propostas.
Para Bugalho, cada um desses nove mil quilómetros valeu a pena: “Não teve um ataque pessoal, não teve um populismo, um extremismo, não quebrou uma linha vermelha”.
No final, em declarações aos jornalistas, assumiu “integralmente a responsabilidade pelo resultado” obtido nestas eleições.
E quando questionado sobre se se sentiu prejudicado ou beneficiado pelas medidas que o governo liderado por Luís Montenegro anunciou nas últimas semanas, afirmou: “Não houve um único momento em que me tivesse sentido prejudicado pela AD, pelo contrário, senti-me todos os dias apoiado.”