O presidente do parlamento dos Açores declarou hoje, Dia da Europa, que a região tem que responder ao recebimento de fundos comunitários com um “outro ritmo” de convergência com a média europeia.
O social-democrata Luís Garcia considerou que os fundos de coesão “têm sido essenciais, especialmente para regiões ultraperiféricas como os Açores”, garantindo a “solidariedade e a atenuação dos desequilíbrios e assimetrias no desenvolvimento dos diversos países e regiões”.
“Aos apoios recebidos temos de responder com uma estratégica aplicação dos mesmos e com um outro ritmo de convergência real com os níveis médios de progresso do país e da União Europeia (UE)”, afirmou, em nota de imprensa.
De acordo com Luís Garcia, apesar da “relevância dos fundos comunitários para o desenvolvimento da região”, não se deve “cair na tentação de olhar para a UE como uma fonte inesgotável de ajuda financeira, pois ela é muito mais do que isso no quotidiano”.
Por outro lado, acrescentou, ninguém deve olhar para os Açores “apenas como uma região pequena e ultraperiférica que sobrevive de apoios”, até porque a localização do arquipélago lhe proporciona “uma dimensão e uma centralidade atlântica ímpares, e consequentemente uma posição geoestratégica e geopolítica, cujo contributo é incalculável”.
O representante deixou ainda um “forte apelo” para que se participe nas eleições europeias de junho, para “fortalecer o projeto europeu e a legitimidade dos representantes no Parlamento Europeu”.
Já o vice-presidente do Governo dos Açores, numa nota publicada na sua página na rede social Facebook, referiu-se ao Dia da Europa como “uma data que recorda a importância da união e da solidariedade entre países e regiões deste continente”.
De acordo com Artur Lima (CDS), como região marítima e ultraperiférica, os Açores enfrentam desafios exigentes, que requerem a atenção das instituições europeias.
“É fundamental que continuemos a trabalhar em conjunto para superar as dificuldades com que nos deparamos, sejam elas económicas, sociais ou ambientais. Reafirmamos, pois, o nosso compromisso em construir uma Europa mais unida, coesa e solidária, que promova o bem-estar de todos os seus cidadãos, incluindo os açorianos”, concluiu o governante.
Hoje também se assinala um mês antes das eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para 06 a 09 de junho (em Portugal, o escrutínio é nesta última data).
O Dia da Europa é assinalado em mais de 60 cidades europeias, incluindo em Portugal, com várias iniciativas e com vários monumentos iluminados com mensagens alusivas à UE e a apelar ao voto nas eleições europeias.
A edição deste ano do Dia da Europa realiza-se 45 anos após as primeiras eleições europeias, de 1979.
O Dia da Europa reporta-se à data, em 1950, em que o então ministro dos Negócios Estrangeiros francês Robert Schuman proferiu a “Declaração Schuman”, na qual se propôs a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, a base fundadora do que é atualmente a UE.