O presidente do Governo dos Açores revelou hoje que vai funcionar em Ponta Delgada, na sequência do incêndio no hospital, um posto médico avançado da Cruz Vermelha que libertará o Centro de Saúde para a “normalidade assistencial”.

José Manuel Bolieiro especificou que trata-se de uma iniciativa da Cruz Vermelha que, através dos seus responsáveis, “garantiu capacidade instalada nos Açores para montar rapidamente um posto médico avançado que será operacionalizado este fim de semana, a instalar no pavilhão da Escola da Mãe de Deus”.

Um incêndio, que deflagrou no hospital de Ponta Delgada pelas 09:40 locais de sábado (10:40 em Lisboa) e só foi declarado extinto às 16:11, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados.

Na altura do incêndio estavam no estabelecimento de saúde 333 doentes e foi necessário proceder à transferência de 240.

O líder do executivo açoriano visitou hoje o Centro de Saúde da Lagoa, na ilha de São Miguel, que passa a ter um serviço de urgência na sequência do encerramento do Hospital do Divino Espírito Santo.

Bolieiro destacou que este posto da Cruz Vermelha, com os meios existentes nos Açores, “permitirá outra grande vantagem”, que passa por libertar lugares no Centro de Saúde de Ponta Delgada, que ficará “totalmente disponível para a normalidade assistencial”.

O presidente do Governo referiu para além do trabalho imediato para acudir aos utentes, que existe um “trabalho de médio prazo para fazer novo o Hospital do Divino Espírito Santo com as capacidades não só da reabilitação do destruído como também capacitá-lo como um hospital moderno e do século XXI”.

“Todo esse trabalho exigirá uma relação muito próxima do Governo Regional com o Governo da República”, disse o governante, salvaguardando que “se se ficar apenas pelos remendos não se estará a fazer um bom serviço às necessidades e, sobretudo, à exigência do Serviço Regional de Saúde”.

De acordo com José Manuel Bolieiro, também o Serviço Nacional de Saúde “tem que ter um hospital com a dimensão que o Hospital de Ponta Delgada tem, de fim de linha”.

Bolieiro afirma não dispensar qualquer fonte de financiamento no quadro da União Europeia, mas salvaguardou que “há regras para fazer acionar o Fundo de Solidariedade”, indo-se avaliar se “depois do levantamento feito” haverá garantia de condições para uma candidatura.

A secretária regional da Saúde e Assuntos Sociais, também em declarações aos jornalistas, especificou que a solução da Cruz Vermelha vai permitir retirar os 41 utentes no Centro de Saúde de Ponta Delgada.

Já Manuela Filipe, da Cruz Vermelha, que acompanhou o presidente do Governo na sua visita, especificou que foi criado um gabinete para dar apoio na delegação de São Miguel, tendo referido que “a estrutura local [ da ilha Terceira]está muito bem equipada e pode, responder de imediato”, pondo “em tempo recorde [ em Ponta Delgada] uma série de equipamento”.

 

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