O Chega/Açores alertou hoje o Governo Regional para a “indignação” dos trabalhadores dos matadouros, considerando injusta a discrepância entre categorias prevista na proposta de carreira autónoma para os funcionários de rede de abate.

Em comunicado, o Chega adianta que os trabalhadores dos matadouros “manifestaram a sua indignação” após uma reunião com o partido em Ponta Delgada, devido à proposta do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) para criar uma carreira autónoma para aqueles funcionários.

“Estes trabalhadores manifestaram a sua indignação perante o que consideram uma injustiça que beneficia os trabalhadores que entram de novo na carreira, em detrimento dos trabalhadores que estão há mais anos a prestar serviço nos matadouros”, lê-se na nota de imprensa.

Na quarta-feira foi revelado que o Governo dos Açores pretende criar uma carreira autónoma para os trabalhadores dos matadouros, composta por 12 categorias, defendendo que existe uma “desadequação” na situação daqueles profissionais que pertencem ao setor público.

Segundo o líder do Chega na região, José Pacheco, “não é justo alguém com 12 anos de serviço chegar ao topo da carreira e não poder progredir mais”.

“Ficam limitados e torna-se injusto quando os trabalhadores que entram de novo na carreira não têm essa limitação. Todos os trabalhadores que estão há 20 ou 30 anos naquele serviço não podem progredir”, defende José Pacheco.

O Chega reconhece, contudo, que é “uma questão legal, embora injusta” e promete “tentar salvaguardar a situação” quando a iniciativa do executivo açoriano for discutida na Assembleia Regional.

“Não é correto haver esta discrepância entre trabalhadores”, assinala José Pacheco.

No regime jurídico, que foi submetido à Assembleia Regional, o Governo açoriano refere que se justifica “autonomizar a carreira” dos funcionários dos matadouros, tendo em conta os “diversos domínios em que se desenvolvem as funções e atividades daqueles trabalhadores”.

O executivo propõe a criação de 12 categorias: encarregado geral de matadouro, encarregado de matadouro, oficial de matança, motorista distribuidor, fogueiro, eletricista, operador de frio, serralheiro mecânico, técnico de qualidade, técnico especialista de qualidade, técnico de manutenção e técnico especialista de manutenção.

Os trabalhadores vão ter ainda direito à atribuição de um subsídio de risco.

Em 10 de março, o Governo Regional revelou que o regime jurídico da carreira especial dos trabalhadores em funções públicas da rede regional de abate dos Açores tinha sido aprovado em Conselho do Governo.

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