O Governo Regional dos Açores decidiu classificar como “bem imóvel de interesse público” uma casa de habitação na freguesia dos Biscoitos, na ilha Terceira, pelo seu “testemunho notável de vivências e de conceção arquitetónica, urbanística e paisagística”.
“A Casa da Araucária reflete assim os critérios do […] diploma que estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural, em específico o seu interesse como testemunho notável de vivências, bem como a sua conceção arquitetónica, urbanística e paisagística, pelo que deve ser objeto de proteção através da sua classificação como bem imóvel de interesse público”, lê-se numa resolução do Conselho de Governo, publicada hoje em Jornal Oficial.
Segundo o executivo açoriano, a habitação do tipo ‘chalet’, localizada na Canada do Porto, na freguesia dos Biscoitos, concelho da Praia da Vitória, “possui valores de memória coletiva, originalidade e singularidade, sendo um exemplar de tipologia doméstica, inserida numa propriedade originariamente de produção vitivinícola, com características que a fazem filiar na arquitetura de veraneio típica dos finais do século XIX e inícios do século XX”.
Este tipo de casas é representativo da arquitetura de veraneio, associada “ao romantismo oitocentista e a um determinado estatuto social da época”.
Na ilha da Terceira, “a zona dos Biscoitos destacava-se por ser um centro de veraneio, com tradições socioculturais, para a população da ilha, atraída pelos efeitos benéficos para a saúde provenientes do microclima típico daquela zona”.
O Governo Regional salienta que a construção da Casa da Araucária “é de matriz rústica, com aplicação de pedra local e de madeira, como materiais construtivos principais”.
A construção exemplifica “uma arquitetura de características híbridas, de fusão entre elementos construtivos tradicionais, típicos da arquitetura popular açoriana, com elementos originários do espaço centro europeu, sobressaindo a singularidade da inclusão de um telhado aproximado ao tipo alpino”, que o executivo açoriano considera “dever ser preservado e legado às gerações futuras”.
Depois de ter procedido à consulta pública, pelo período de 30 dias, o Governo Regional decidiu “classificar como bem imóvel de interesse público” a Casa da Araucária e delimitar uma zona de proteção de 50 metros.