A secretária regional da Saúde e Segurança Social dos Açores, Mónica Seidi, disse hoje que o aumento das listas de espera em cirurgia na região reflete um aumento do acesso à saúde.
“Estes números refletem uma melhoria da acessibilidade à saúde relativamente aos nossos utentes, na medida em que estamos cada vez mais a fazer mais consultas, mais exames e obviamente que o número de diagnósticos terá de aumentar e, consequentemente, de forma indireta, também as indicações para cirurgia”, explicou.
Segundo o boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, de fevereiro, consultado hoje pela agência Lusa, no fim do mês, aguardavam por uma ou mais cirurgias 10.752 utentes, mais 0,2% do que em janeiro e mais 7,8% do que em fevereiro de 2023.
Desde maio que o número de utentes em lista de espera é superior ao verificado no período homólogo.
Em reação a estes números, Mónica Seidi disse que “apesar de cada vez serem realizadas mais cirurgias, sobretudo ao nível dos doentes operados dentro dos tempos máximos de resposta garantidos, essa resposta não tem acompanhado o número de doentes que entra”.
A governante do executivo PSD/CDS/PPM destacou a redução do número de cancelamentos, que baixou 30,5% entre o final de 2022 e o final de 2023.
Mónica Seidi realçou, por outro lado, que a percentagem de doentes operadores dentro dos tempos máximos de resposta garantidos aumentou em 6,3 pontos percentuais, no ano de 2023.
Segundo a secretária Regional, entre cirurgia programada, cirurgia urgente e produção acrescida, foram realizadas, em 2023, nos Açores, 26.591 operações, um número só superado pelo de 2022.
Quanto aos planos de execução dos três hospitais, apenas o de Ponta Delgada “produziu mais do que se propôs” no programa CIRURGE, tendo realizado 1.858 cirurgias, quando se tinha comprometido a realizar 1.391, segundo Mónica Seidi.
“O hospital da Terceira e o hospital da Horta não conseguiram, por vários motivos, acompanhar essa tendência e da parte da tutela merecerá uma reflexão junto dos próprios hospitais, dos diretores clínicos e dos próprios diretores do bloco operatório”, adiantou.
Está ainda previsto “um levantamento da severidade das cirurgias”, para compreender se influencia estes números.
“Já foi pedido, para percebermos se estamos a operar menos, porque os doentes nos chegam por situações clínicas que exigem mais cuidados e isso pode condicionar a rentabilidade dos blocos operatórios”, justificou.
Segundo o boletim informativo mensal de fevereiro, o tempo médio de espera por uma cirurgia na região aumentou face a 2023, sendo de 389 dias, mais 28 do que no período homólogo.
Das cirurgias realizadas neste mês, apenas 54,1% ocorreram dentro dos tempos máximos de resposta garantidos regulamentados.
A produção cirúrgica no Serviço Regional de Saúde dos Açores aumentou, tendo sido realizadas 906 operações, mais 75 (8,9%) do que no período homólogo.
Em comparação com fevereiro de 2023, o número de novas propostas cirúrgicas (1.156) aumentou 13,6% e o número de cancelamentos (220) subiu 15,6%.